Cultura
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15 de novembro de 2022
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09:11

Bienal do Mercosul chega aos últimos dias com sucesso de público no reencontro com a Capital

Por
Luciano Velleda
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A escultura
A escultura "Silent Hortense", em frente a Fundação Iberê Camargo, foi um dos destaques da 13ª Bienal do Mercosul. Foto: Luiza Castro/Sul21

A 13ª Bienal do Mercosul se encerra no próximo domingo (20) sendo novamente um grande sucesso em Porto Alegre. Até a última sexta-feira (11), cerca de 500 mil pessoas haviam passado pelos 10 espaços culturais que nesta edição abrigam obras de 99 artistas, de 23 países. A expectativa da organização é encerrar o evento alcançando, quem sabe, 800 mil visitantes.

Depois da 12ª edição ter sido realizada apenas virtualmente em função da pandemia do novo coronavírus, a atual mostra pôde novamente ocupar a capital gaúcha de forma plena. O Centro Histórico concentrou o maior número de espaços de exposição, como ocorrido em edições anteriores. Dessa vez, as obras se espalharam pelo armazém 6 do Cais do Porto, a Casa de Cultura Mário Quintana, o Farol Santander, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) e o Memorial do RS.

Como Arte Urbana, a 13ª Bienal marcou presença também no Largo Moacyr Scliar (próximo à Usina do Gasômetro), na Travessa dos Cataventos e pela Avenida Borges de Medeiros. Em 2022, o evento se expandiu também para o Instituto Caldeira, situado no 4º Distrito, o Instituto Ling, na zona norte, e a Fundação Iberê Camargo, na zona sul. A Casa da OSPA e o Paço municipal encerram os espaços ainda abertos aos visitantes por mais alguns dias.

Carina Dias, responsável pela direção de produção-executiva da 13ª Bienal, avalia com satisfação o evento deste ano, principalmente por ter conseguido alcançar um público que há tempos não aderia ao evento.

“A cidade voltou a abraçar a Bienal. Conseguimos colocar de pé uma Bienal grandiosa. O sentimento é de que voltamos a colocar o evento na cidade”, comemora, lembrando o fato da edição anterior ter sido apenas on-line e esta ter ocorrido num momento mais seguro da pandemia, mas ainda sem o fim da crise sanitária que abala o mundo desde 2020.

Satisfeita com o resultado alcançado, Carina reforça o convite para que mais pessoas visitem os espaços de exposição nos dias que ainda restam do evento. O alcance e interesse da população, ela explica, é muito importante para que a Bienal possa se manter viva e retornar com força daqui dois anos.

Marca registrada da Bienal do Mercosul, a edição deste ano não deixará nenhuma obra como legado à cidade. Pedidos não faltaram. A obra Silent Hortense, do escultor espanhol Jaume Plensa, colocada em frente a Fundação Iberê Camargo, foi a mais pedida pelo público nas redes sociais do evento. A cabeça gigante com duas mãos tapando a boca caiu no gosto da população e despertou o desejo de que a obra pudesse ficar em Porto Alegre.

Responsável pela direção de produção-executiva da 13ª Bienal, Carina explica que a obra pertence a coleção particular do escultor espanhol e já tem programada uma agenda de exposição em outros locais. De Porto Alegre, Silent Hortense exibida no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, e depois seguirá rodando mundo.

Outras obras que integram a mostra de Arte Urbana também se destacaram, mas, por motivos variados, igualmente não poderão ficar. Uma é empréstimo e teria que ser comprada, há outra que foi mesmo planejada para ser temporária e não resiste as intempéries climáticas.

Carina explica que as particularidades das negociações acabaram impedindo que a 13ª Bienal do Mercosul deixe uma obra como legado à cidade, lembrando que restauro de obra de arte não é simples, precisa ter equipe especializada e manutenção. 

Todavia, nada impede que a 14ª Bienal, em 2024, volte a presentear Porto Alegre. 


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