Na sexta-feira, a justiça russa condenou as três integrantes da banda punk Pussy Riot a dois anos de prisão por “vandalismo motivado por ódio religioso”. Maria Alyokhina, Nadezhda Tolokonnikova e Yekaterina Samutsevich foram ao tribunal por terem protestado contra o então primeiro-ministro (e agora presidente) Vladimir Putin no altar da catedral Cristo Salvador, maior igreja ortodoxa de Moscou e de toda a Rússia, em fevereiro. Mais do que um protesto contra Putin, foi também contra o patriarca da igreja, que usava sua posição para pedir votos ao atual presidente na última eleição (marcada por denúncias de fraude, recorrentes nos processos eleitorais russos).
Foi um julgamento que esteve bem longe de ser justo. Enquanto todas as testemunhas de acusação foram interrogadas, o mesmo foi feito com apenas três das treze de defesa. O advogado Nicolay Polozov, que defendeu as integrantes da Pussy Riot, foi taxativo: “Mesmo nos tempos soviéticos, nos tempos de Stalin, os julgamentos eram mais honestos do que esse”. Uma das integrantes do grupo, Yekaterina Samutsevich, disse mais: “Estou considerando isso como o início de uma campanha autoritária e repressiva do governo que procura dificultar a atividade política e criar um sentimento de medo entre os ativistas políticos”.