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24 de fevereiro de 2012
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18:51

Músicos protestam contra decreto que restringe som ao vivo na Cidade Baixa

Por
Sul 21
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Rachel Duarte

O novo decreto que deve ser lançado pelo prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, não resolverá todos os problemas do bairro boêmio Cidade Baixa. As discussões que ocorrem há meses, desde a operação de fechamento dos bares realizada pela prefeitura, chegaram a um consenso na metade de fevereiro a respeito do horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais no bairro. Porém, entre as medidas que estão sendo propostas pelo GT que discute o tema, uma restringe a música ao vivo a ocorrer apenas em casas noturnas. Os músicos que dependem dos botecos e fazem a alegria dos frequentadores da Cidade Baixa organizaram uma caminhada cultural em defesa da música e do direito de trabalho como músico na capital gaúcha.  O ato será na próxima terça-feira (28), a partir das 19 horas, na Rua da República esquina com a Rua Sofia Veloso.

A convocação está sendo feita pelas redes socais e quase 2 mil pessoas são esperadas. Os  adeptos da causa poderão levar instrumento musical e devem fazer barulho no bairro que gera polêmica na cidade desde o final do ano passado. “Com esse decreto, muitos trabalhadores, não só os músicos, perderão o direito de trabalhar. Baseado nisso, nós, músicos e cidadãos, organizamos um ato para repensar este decreto. Nossa proposta é que coexista harmonicamente moradores e pessoas que fomentam a cultura, garantindo juntos o crescimento cultural da cidade”, diz a página da caminhada no Facebook.

O texto também ilustra o artigo que causa a polêmica. “Ficam sujeitos ao horário fixado neste artigo os estabelecimentos comerciais que funcionem de portas abertas, sem isolamento acústico e sem música ao vivo, permitida somente música ambiente, abaixo de XX decibéis”, são os termos do documento a ser assinado pelo prefeito José Fortunati.

A proposta dos músicos é permitir a música ao vivo nos bares, dentro de um limite de decibéis estipulado como ideal até o horário acordado para o fechamento dos estabelecimentos, fixado em 02h. Os representantes dos trabalhadores da noite portoalegrense reclamam não ter assento no grupo de discussões que está organizando as adequações à Lei do Silêncio. “Pelo menos um deveria participar da reunião marcada para o dia 29 de fevereiro”, cobram.

O movimento organizado pelo apoio a música e ao direito ao trabalho conta inclusive com um abaixo-assinado na internet.


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