Da Redação
A Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Alvorada está, nesta terça-feira (12), com 28 presos espalhados entre as celas da DPPA e viaturas da Brigada Militar estacionadas no pátio. Na segunda-feira, 30 presos permaneciam na delegacia, 10 deles nas celas e os demais algemados nas viaturas da BM. O Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia (Ugeirm), que vem denunciando essa situação de superlotação de presos em delegacias, afirmou que “o absurdo e o descaso continuam sob as vistas míopes e distraídas das autoridades responsáveis”. Em Alvorada, diz ainda o sindicado, um dos presos já está há 30 dias nesta situação. A Secretaria de Segurança Pública alega falta de vagas no sistema prisional para seguir mantendo presos nas delegacias.
Segundo Fábio Nunes Castro, vice-presidente da Ugeirm, mesmo com as sucessivas denúncias e alertas, o problema vem se agravando na Região Metropolitana de Porto Alegre. Na DPPA de Canoas, o último levantamento apontou a existência de 54 presos amontados na delegacia. No final de semana, relatou Fábio Castro, a DPPA chegou a ficar com 70 presos. Ainda segundo a Ugeirm, em Gravataí há 34 presos nestas condições, em Viamão 21, em Novo Hamburgo 19 e em São Leopoldo 14.
O problema se agrava principalmente nos finais de semana, quando o número de detidos nas delegacias aumenta. “O governo que deposita a esmola de 350 reais aos policiais civis, submete esses mesmos profissionais a uma rotina medieval. Vários foram os dedos que apertaram o gatilho da arma que feriu o colega no plantão do DEIC. Quem será a próxima vítima?” – questiona o sindicato.
Nesta quarta-feira, dirigentes da Ugeirm terão uma nova reunião na seccional gaúcha da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), junto com outras entidades, para debater o agravamento dessa situação.