A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) divulgaram nota de repúdio à decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que na noite de ontem decidiu barrar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República.
A CUT considera a decisão mais um “ato arbitrário de um Poder Judiciário, que vem se caracterizando pela parcialidade e desrespeito aos direitos fundamentais consagrados na Constituição brasileira e, também, no Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, do qual o Brasil é signatário”.
Para o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, a esperada decisão do TSE contra a candidatura Lula é “mais um ataque rasteiro ao Estado de Direito deste Brasil sob golpe e um governo ilegítimo”. “É um ultraje à maioria dos eleitores brasileiros, que já manifestou voto em Lula para presidente, como atestam todas as pesquisas. É um desrespeito sem precedentes à democracia, à Constituição, à ONU, à comunidade e instituições jurídicas nacionais e internacionais que denunciaram a condenação e prisão sem provas de Lula”.
“Uma vergonha aos olhos de líderes políticos de todo o mundo. Uma ofensa a juristas e acadêmicos, entre eles um Prêmio Nobel. É uma afronta às centrais sindicais, aos movimentos sociais e, principalmente, uma indignidade com toda a classe trabalhadora. Uma decisão arbitrária que empurra o Judiciário para o lado sombrio da história do país”, disse o dirigente.
Em nota, o MST denuncia o desrespeito dos ministros do TSE e convoca a população para a luta na defesa da soberania e da democracia nos próximos dias.
“O Tribunal Superior Eleitoral e o Poder Judiciário, com suporte ideológico da Rede Globo, não querem retirar os direitos políticos e civis apenas do cidadão Luis Inácio Lula da Silva. Querem retirar os direitos políticos de milhares de brasileiros e brasileiras em escolher o seu Presidente da República”, destaca a nota do Movimento.