Movimentos
|
12 de dezembro de 2018
|
16:38

Escola do MST promove II Sarau Musical, Literário e Artístico no RS

Por
Sul 21
[email protected]
Sarau fez homenagem à luta do povo Mbya Guarani (Foto: Artemio Soares)

Por Maiara Rauber
Da Página do MST

Famílias camponesas do Movimento Sem Terra (MST) sempre lutaram por terra, e por direito a educação no lugar onde vivem. Como resultado disso, a Escola Estadual de Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos Roseli Correia da Silva está completando 30 anos. Ela está localizada no Assentamento São Pedro, no interior do município de Eldorado do Sul, na região Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Para homenagear a data, educadores e educandos realizaram no dia 5 de dezembro o II Sarau Musical, Literário e Artístico “Somos mucho más que dos”: Valorização e Resistência na América-Latina através da Música, Poesia e da Arte. Conforme o professor Artemio Soares, o sarau proporciona um espaço de construção de conhecimento pautado pela arte literária e musical, com intuito de resistência contra qualquer retirada de direitos e retrocessos. Ele ainda ressalta a importância das escolas manterem-se como espaços de construção de ensino e aprendizagem, sem o risco de terem suas liberdades impedidas por política de governo.

Representantes do povo indígena Mbya participaram do sarau. (Foto: Artemio Soares)

O objetivo do evento também foi dar continuidade ao intercâmbio entre estudantes e professores do Brasil e Uruguai, que acontece desde 2016. “No início deste ano fomos à cidade de Rivera para troca de aprendizagens entre os participantes. Também conhecemos um pouco mais sobre a história do país vizinho, na concepção de ir além das fronteiras e propiciar novas experiências aos nossos educandos, no sentido de valorização da cultura latino-americana”, explica o professor.

A segunda edição do Sarau contou com a presença de trabalhadores dos assentamentos Lanceiros Negros, Integração Gaúcha, Belo Monte e Fazenda São Pedro, situados em Eldorado do Sul. Durante o evento, educandos declamaram seus poemas e poesias. Também apresentaram músicas e contaram com a contribuição de ex-educandos e do convidado especial, o músico espanhol Alejandro Suarez, que reside temporariamente no Assentamento Belo Monte, onde desenvolve um projeto musical com crianças e jovens.

Representantes da etnia indígena Mbya Guarani, através da Escola de Ensino Fundamental Pekuruty, também participaram do evento. Expuseram seus artesanatos e se apresentaram por meio do Coral Indígena com músicas que representam a sua resistência no Sul do Brasil há mais de 3000 anos. “Nossa finalidade foi integrar a comunidade, reafirmar a pedagogia do campo e a necessidade de continuarmos mobilizados perante as mudanças previstas para 2019 com o novo quadro político que assumirá o Brasil”, finaliza.


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora