Samir Oliveira
A compra de 16 bicicletas pela prefeitura de Porto Alegre gerou polêmica nas redes sociais nesta terça-feira (22). Muitos cidadãos consideraram absurdo o preço de R$ 2.390 pago por cada equipamento, totalizando R$ 38.240 – sendo que o preço médio de uma bicicleta considerada boa gira em torno de R$ 1 mil.
O tema veio à tona porque uma ordem de compra da EPTC foi publicada no Facebook, apresentando os valores sem especificar as características das bicicletas. Até as 18h, a informação já tinha pelo menos mais de 3,7 mil compartilhamentos entre os usuários da rede social.
A rápida disseminação do fato gerou inúmeros comentários indignados dos porto-alegrenses. “Os azuizinhos merecem mesmo essas bicicletas de ouro cravejadas de diamantes”, disse uma internauta. “Tá na contramão, prefeito!”, exclamou um ciclista em sua página no Facebook.
Outros comentavam que os equipamentos, por esse preço, precisam “ter motor” ou que as bicicletas seriam para “andar na ciclovia de 400 metros”, em referência ao trecho inaugurado pelo prefeito José Fortunati (PDT) de uma ciclovia na avenida Ipiranga.
Os protestos fizeram com que o próprio prefeito entrasse em campo para rebater as críticas. Em sua página pessoal no Twitter, Fortunati disse que as manifestações causam “estranheza”. “Impressiona manifestações de pseudo-ciclistas que deveriam saber o desgaste dos agentes e a necessidade de equipamentos adequados”, disparou.
O Sul21 conversou com o diretor-presidente da EPTC e secretário municipal dos Transportes, Vanderlei Capellari, que explicou os objetivos da compra e as características do equipamento. De acordo com o secretário, em 2011 os 12 agentes da EPTC – de um total de 540 – que realizam fiscalizações com bicicletas reclamaram da má-qualidade dos veículos.
“O equipamento utilizado era inadequado, precisava de manutenções semanais e não tinha condições de ficar 12 horas por dia em funcionamento”, relata Capellari. Ele ressalta que a compra das 16 novas bicicletas se deu por licitação – vencida pela empresa A.F. Albuquerque, de Porto Alegre – e atingiu o menor valor previsto no edital. “É uma bicicleta customizada para a utilização da EPTC, é um equipamento extremamente diferenciado”, garante o presidente da empresa pública.
As novas bicicletas devem ser entregues ao município na primeira quinzena de junho e serão feitas de alumínio. Os equipamentos contarão com 27 marchas, faróis, espelhos refletores, velocímetros, sirenes, entre outras características que podem ser conferidas na tabela repassada ao Sul21 pela EPTC.
Capellari faz coro às críticas de Fortunati e diz que os descontentes com a compra tentaram criar uma “falsa polêmica” com o fato. “Pegaram parte da informação e tentaram criar uma falsa polêmica. Estão fazendo um desserviço”, condenou.
Confira a tabela com as características das bicicletas compradas pela prefeitura
