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1 de dezembro de 2011
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22:24

Pablo Neruda foi assassinado a mando de Pinochet, denuncia antigo ajudante

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Sul 21
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Nos documentos oficiais do regime do ditador Augusto Pinochet, o poeta chileno Pablo Neruda teria morrido por complicações decorrentes de um câncer de próstata. Não é o que diz Manuel Araya, motorista, ajudante e amigo pessoal de Neruda: para ele, não restam dúvidas de que o poeta foi assassinado. Em declarações a duas emissoras locais de rádio (Cooperativa e Bío Bío de Chile), Araya garante que Neruda foi envenenado com uma injeção fatal na Clínica Santa María, onde estava internado. Segundo a testemunha, o Prêmio Nobel de Literatura (1971) não foi internado lá por estar mal de saúde, e sim como uma medida de segurança. “Pensávamos que na clínica estaria mais seguro. Nunca pensamos que lhe iam dar uma injeção e ele ia morrer”, garante Manuel Araya.

Pablo Neruda foi assassinado a mando de Pinochet, denuncia antigo ajudante (2)

O ajudante de Pablo Neruda conta ter recebido uma ligação do próprio poeta, dizendo que tinham injetado algo em seu estômago e se sentia fraco e com febre. Araya foi então até a clínica, onde um médico pediu que saísse para comprar um determinado remédio. “Eu lhe disse que nós estamos pagando e o medicamento deve ser fornecido por eles”, assegura Araya, que acabou concordando em ir à farmácia comprar o remédio – sendo detido por oficiais da ditadura chilena na rua, horas antes da morte de Pablo Neruda. “Ele estava doente de câncer, mas resistia muito bem. Ele não estava mal, não tinha por que ter morrido”, enfatiza a testemunha, lembrando que Neruda se preparava para viajar ao México – viagem que, insinua Manuel Araya, era indesejável para a ditadura de Pinochet. O Partido Comunista chileno, na figura de seu presidente Guillermo Teillier, já manifestou-se dizendo que é “um dever moral” da sigla exigir uma investigação sobre o assunto. Pablo Neruda também era militante comunista e teve papel político destacado durante o governo de Salvador Allende (1970-1973).

Agenda apertada

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) está em pleno processo eleitoral interno. Os desembargadores escolherão no dia 12 um novo grupo para comandar a instituição. Disputam a presidência os desembargadores José Aquino Flôres de Camargo, pela Chapa 1, ligada ao atual presidente Leo Lima, e Marcelo Bandeira Pereira, pela chapa 2. Na tentativa de ouvir as opiniões e propostas dos dois candidatos ao posto máximo do Judiciário gaúcho, o Sul21 entrou em contato com suas assessorias para realizar uma entrevista com cada um. Entretanto, a assessoria de José Aquino informou que o magistrado não irá falar pois está com a agenda muito apertada. Até o dia 12 de dezembro.

Filho de Jobim vai para RBS

O Blog do Previdi noticia nesta quinta-feira (1º) que o advogado Alexandre Kruel Jobim assumiu a vice-presidência jurídica e de relações governamentais do Grupo RBS. Alexandre é filho do ex-ministro da Defesa e ex-ministro do STF, Nelson Jobim. Como advogado, Alexandre atua há bastante tempo em defesa das grandes empresas de comunicação. Segundo nota publicada pelo blog, o advogado é consultor da Associação Nacional de Jornais (ANJ) já atuou para a Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abert), além de outras entidades semelhantes. Para a Abert, atuou, por exemplo, contra leis que favorecem a criação de mais rádios comunitárias. Alexandre leciona no Instituto de Direito Público, que tem como um de seus fundadores o ministro do STF, Gilmar Mendes, e onde outros ministros também lecionam. Mesmo trabalhando para uma empresa baseada em Porto Alegre, Jobim filho continuará residindo em Brasília.

Marcello Casal Jr./ABr
Segundo chefe do Fundo Monetário Internacional, Brasil pode resistir sem muitos sobressaltos à crise econômica mundial | Foto: Marcello Casal Jr./ABr

Christine Lagarde, do FMI: “economia brasileira é sólida”

A chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, encontrou-se com o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta quinta-feira (1º). Em declarações à imprensa após o encontro, Lagarde qualificou a economia brasileira como “sólida” e manifestou sua convicção de que o Brasil pode resistir sem maiores sobressaltos à crise econômica mundial. “Nenhum país está imune”, ressalvou, “mas o Brasil está protegido pela força de seu mercado interno e por suas boas políticas macroecônomicas”. Ainda que assegurando que o FMI está “pronto para agir”, Lagarde garantiu que ações mais enérgicas em escala mundial dependerão das dimensões que a crise assumir. “O ‘timing’ é sempre crítico em qualquer negociação, em qualquer operação. O FMI está pronto para fazer o que for requisitado e irá encarar suas responsabilidades”, afirmou, em declarações reproduzidas pela Folha de S. Paulo.

Para CNBB, agressões contra indígenas no MS constituem “genocídio”

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou na quinta-feira (1º) uma nota onde qualifica como “genocídio” o não cumprimento dos parâmetros constitucionais nos recentes incidentes envolvendo o povo Kaiowá-Guarani, no Mato Grosso do Sul. A CNBB se diz tomada de “profunda consternação” diante da morte do cacique Nísio Gomes, além do sequestro de outros três índios, no dia 18 de novembro. “O sangue desta reconhecida liderança, vítima de uma morte anunciada, clama por justiça e pelo fim da violência que há anos atinge e vitimiza este povo. A ninguém, muito menos ao Estado, é permitido assistir passivamente a barbáries como essa”, diz o documento. “Mais grave ainda é permitir que mandantes e executores de crimes contra indígenas sejam, sempre de novo, beneficiados pelo escândalo da impunidade. Para além de declarações oficiais de solidariedade, o momento e as circunstâncias exigem ações concretas, do contrário, pode-se estar contribuindo para a morte de um povo por omissão ou negligência. O não cumprimento dos parâmetros constitucionais, neste caso, configura-se como genocídio”.

Apresentador diz que grevistas ingleses deveriam ser mortos em frente a suas famílias

O apresentador da BBC Jeremy Clarkson causou revolta em seu país após comentar de forma ferina contra a greve geral de servidores públicos do Reino Unido, ocorrida na quarta-feira (30). Clarkson, mais conhecido por apresentar o programa automobilístico Top Gear, disse que, se dependesse dele, os grevistas seriam arrancados de suas casas e executados “em frente a suas famílias”. “Como eles se atrevem a entrar em greve? Eles recebem essas pensões douradas, enquanto nós temos que trabalhar para viver”, atacou. Ed Milliband, líder do partido Trabalhista britânico, classificou a fala de Clarkson como “vergonhosa e nojenta”, exigindo que o apresentador faça uma retratação pública. “Ele obviamente não entende a vida das pessoas que entraram em greve”, atacou o político trabalhista. O premiê David Cameron, por sua vez, preferiu ser mais cauteloso, dizendo que se tratava de um comentário “claramente estúpido”, mas acrescentando ter certeza que Clarkson não queria dizer “exatamente aquilo que disse”. O programa The One Show, onde Jeremy Clarkson cometeu a fala, já se antecipou, soltando nota onde “se desculpa para os telespectadores que tenham se sentido ofendidos pelos comentários de Jeremy Clarkson”.

Projeto dá estabilidade de vínculo acadêmico a dirigentes estudantis

A Câmara Federal analisa projeto de Valmir Assunção (PT-BA) que, se aprovado, proibirá faculdades e universidades de desligarem de seus cursos alunos que atuem como líderes estudantis. O texto obriga as instituições de ensino a oferecer condições para que os dirigentes dessas entidades conciliem suas obrigações acadêmicas com as atividades das agremiações. Além disso, a aplicação de outras penalidades que provoquem o desligamento desses alunos da instituição também será proibida se for motivada por atos praticados no exercício regular do mandato. A medida beneficia a União Nacional dos Estudantes (UNE), uniões estaduais de estudantes, diretórios centrais de estudantes, centros e diretórios acadêmicos.

Monge francês é condenado a 5 anos de prisão por pedofilia

A Justiça francesa condenou nesta quinta-feira (1º) a cinco anos de prisão o monge Pierre-Etienne Albert, que teria cometido atos de pedofilia contra 38 crianças entre 1985 e 2000. Durante esse período, Albert teria assediado crianças entre 5 e 14 anos. O monge, que está com 60 anos e vive recluso em uma abadia, cometeu os crimes na comunidade católica de Beátitudes, onde era responsável por escrever as canções dos monges e conduzir os trabalhos do coral. O próprio monge admitiu os crimes, confessando que o número de vítimas é ainda maior e que os responsáveis pela congregação sabiam dos fatos, embora não tenham tomado nenhuma atitude a respeito. “Espero que (as vítimas) encontrem consolo após o julgamento”, disse Albert ao confessar sua culpa.


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