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6 de novembro de 2010
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22:37

33 municípios gaúchos têm menos de 2 mil habitantes

Por
Sul 21
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Rua principal de André da Rocha / Foto: Divulgação

Nubia Silveira

As informações do Censo 2010, divulgadas nesta quinta-feira (4), mostram que o Rio Grande do Sul tem 33 municípios com menos de 2 mil habitantes cada um – 6,65% dos 496 municípios gaúchos. O menor de todos — André da Rocha — tem apenas 1.216 habitantes e carrega o título de menos populoso, desde 1988, quando se emancipou de Lagoa Vermelha. “Mas temos uma grande extensão territorial”, alerta o prefeito de André da Rocha, Braz Reis Hoffmann (PP). Em seus 329,74 quilômetros quadrados, espalhados nos Campos de Cima da Serra é produzido, principalmente, soja.

O prefeito Hoffmann, um defensor dos pequenos municípios, ressalta que a renda per capita dos andreenses “é alta”. Em 2007, era de R$ 26.611. Cidades pequenas, diz ele, atendem melhor a sua população. “Aqui há locais que ficavam a 75 quilômetros do município-mãe, que era Lagoa Vermelha, e recebia uma patrola, uma vez por ano”. Com a emancipação, André da Rocha ganhou um novo parque de máquinas e — o principal — conta com uma unidade de saúde com médico, dentistas e psicólogos.

Os recursos de pequenos municípios, como André da Rocha, são oriundos, principalmente, do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), formado por 23,5% do que a União arrecada em Imposto de Renda e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Cinara Ritter, coordenadora da área de receitas da Famurs, afirma que 85% da receita das cidades com menos de 2 mil habitantes provêm do FPM. O restante é oriundo de impostos estaduais — ICMS, IPVA, ITR. O prefeito Hoffmann confirma: a maior parte dos recursos de André da Rocha são do FPM.

Grande desenvolvimento

Estudo feito pela Confederação Nacional dos Municípíos (CNM) comprova que as cidades emancipadas depois de 1988 tiveram um grande desenvolvimento. Paulo Ziulkoski, presicente da CNM, diz que precisaria de dois dias para falar sobre as vantagens e desvantagens dos pequenos municipios. Entre os benefícios para a população de cidades menos populosas, Ziulkoski lista o atendimento próximo da população, a queda de mortalidade infantil e a melhor aplicação dos recursos.

Entre as desvantagens está a estrutura administrativa. No modelo federativo brasileiro, as prefeituras devem contar, no mínimo com seis secretarias, para que possam receber recursos federais, como o do Fundeb, por exemplo, que é repassado à secretaria de Educação. Há também o alto custo das Câmaras Municipais. O poder executivo municipal repassa recursos ao legislativo, com índices que variam de 4,5 a 7,5%, de acordo com a população dos municípios. Ziulkoski afirma que o problema não é número de vereadores — “quanto mais melhor, para haver mais fiscalização” — mas o índice de repasse determinado. “Se há uma determinação de repasse de recursos, vão gastar tudo que têm direito de receber”. Este é o problema que deve ser discutido pelos municipios, afirma o presidente da CNM.

André da Rocha, o município com o menor número de habitantes, conta com nove vereadores e “70 e poucos” funcionários na prefeitura, segundo o prefeito Hoffmann. Uma estrutura, segundo ele, que não custa muito para a cidade.

Municípios gaúchos com menos de 2 mil habitantes (em ordem crescente):

Município População
André da Rocha 1216
União da Serra 1487
Coqueiro Baixo 1528
Engenho Velho 1530
Montauri 1538
Vista Alegre do Prata 1569
Tupanci do Sul 1571
Linha Nova 1580
Guabiju 1598
Lagoa dos Três Cantos 1598
Carlos Gomes 1607
Santa Cecília do Sul 1655
Gentil 1677
Santa Tereza 1713
Nicolau Vergueiro 1721
Coronel Pilar 1725
Novo Xingu 1731
Capão Bonito do Sul 1748
Ponte Preta 1750
Quatro Irmãos 1776
Mato Queimado 1799
Canudos do Vale 1807
Muliterno 1813
Alto Alegre 1848
Porto Vera Cruz 1852
Pouso Novo 1853
São Pedro das Missões 1886
São Vendelino 1941
Ipiranga do Sul 1944
Nova Boa Vista 1960
Vespasiano Correa 1974
Vanini 1984
Santo Antônio do Planalto 1986
Protásio Alves 2000




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