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24 de março de 2017
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17:21

Ex-diretor da Odebrecht: ‘Padilha me passou todos os endereços para a entrega do dinheiro’

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Sul 21
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Ex-diretor da Odebrecht: ‘Padilha me passou todos os endereços para a entrega do dinheiro’
Ex-diretor da Odebrecht: ‘Padilha me passou todos os endereços para a entrega do dinheiro’
Eliseu Padilha (dir.) é um dos principais aliados políticos de Michel Temer. | Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Da Revista Fórum*

O ex-executivo da empreiteira Odebrecht José de Carvalho Filho declarou, em depoimento prestado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o atual ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), lhe passou todos os endereços para o pagamento de R$ 4 milhões destinados ao PMDB durante a campanha eleitoral de 2014.

Um dos locais indicados por Padilha foi o escritório de José Yunes, amigo e ex-assessor de Michel Temer (PMDB), informou Carvalho Filho ao ministro Herman Benjamin. Benjamin é o relator no TSE da ação que apura se a chapa de Dilma e Temer cometeu abuso de poder politico e econômico para se reeleger.

Esse pagamento teria sido realizado no dia 4 de setembro de 2014. “Todos os endereços, esses e os outros que eu não me lembro, foram dados pelo Eliseu Padilha”, disse Carvalho Filho. Segundo o ex-executivo da Odebrecht, a distribuição dos recursos foi determinada pelo executivo Marcelo Odebrecht.

“Ligação extemporânea” de Cunha

Em delação, Carvalho Filho também afirmou ter recebido na época uma “ligação extemporânea” do então deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), comentando que não havia recebido R$ 500 mil.

“Tivemos uma discussão acalorada ao telefone. Achei estranho e comuniquei ao Cláudio (Cláudio Melo, ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht): ‘Cláudio, o fato foi esse e vamos esclarecer junto ao Eliseu’. Logo depois fomos ao Padilha e esclarecemos. Ele achou muito estranho este fato e disse: ‘Olha, se o endereço que eu dei e se fosse realmente entregue, o Sr. Yunes é uma pessoa de mais ou menos setenta anos, é de minha confiança, dificilmente não teria registrado isso”. Isso causou um constrangimento a mim. (…) O mal-estar permaneceu e a empresa tomou, deliberou fazer outro pagamento de 500 (quinhentos) mil reais no valor, aquele que deu origem ao processo em discussão”, afirmou o ex-executivo.

O ex-executivo da Odebrecht também não soube dizer se outros parlamentares do PMDB foram beneficiados com parte dos R$ 4 milhões.

Sobre o lobista Lúcio Funaro, apontado por investigadores da Operação Lava Jato como operador de Eduardo Cunha, Carvalho Filho respondeu: “Nunca vi o Lúcio Funaro, nunca estive com o Lúcio Funaro e não sei quem é o Lúcio Funaro”.

Procurada pela reportagem, a assessoria de Padilha comunicou que o ministro não vai se pronunciar sobre o vazamento do depoimento.

*Com informações do Estadão

 


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