Opinião
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29 de agosto de 2022
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08:06

O poder da agricultura familiar (por SENGE-RS)

A ATER pode ser caracterizada como uma das principais políticas públicas de desenvolvimento rural no RS. (Foto: Emater/Facebook/Reprodução)
A ATER pode ser caracterizada como uma das principais políticas públicas de desenvolvimento rural no RS. (Foto: Emater/Facebook/Reprodução)

SENGE-RS (*)

Na Expointer 2022, todos os gaúchos terão motivos de sobra para se orgulharem da pujança e da qualidade da atividade agropecuária produzida no Rio Grande do Sul ali evidenciadas. 

Não obstante o gigantesco volume de negócios, do grau incomparável de excelência alcançado pelos pecuaristas no aprimoramento das raças e da presença de um grande público, características marcantes da feira, o evento favorece a reflexão sobre os rumos do setor. 

Não são necessárias lentes muito potentes para identificarmos precariedades que inibem e muitas vezes inviabilizam a produção rural. A agricultura familiar é o exemplo mais evidente de potencialidades subaproveitadas por conta de políticas importantes malconduzidas pelo Estado. 

É notória a significativa capacidade da atividade rural, particularmente da agricultura familiar, na geração e capilarização de renda, de riqueza e, portanto, de desenvolvimento. A redução das diferenças regionais poderia, da mesma forma, ser potencializada. No entanto, é plenamente perceptível que muitas coisas precisam ser feitas e aprimoradas, como a reestruturação da pesquisa agropecuária. Outras precisam ter fim, entre elas, a demagogia política envolvendo a EMATER. 

A empresa está presente em todos os municípios do Estado para, de acordo com a Lei 14.245/2013, levar assistência técnica e extensão rural para cerca de 200 mil famílias. No entanto, já há bastante tempo, a EMATER enfrenta um processo irresponsável de sucateamento e autofagia. Como se o poder público não fosse mais responsável por políticas de desenvolvimento agrícola, que favoreçam tanto a economia quanto a fixação das pessoas no campo, sucessivos governos vêm colaborando com o crescente estrangulamento orçamentário da empresa, ao mesmo tempo em que elaboram discursos político-partidários que exaltam sua atuação. Ou seja, com uma mão acariciam e com a outra, estrangulam, configurando uma verdadeira esquizofrenia, que provoca resultados nefastos tanto para o alcance dos objetivos que fundamentam a citada Lei (e que justificam a existência da empresa), quanto para a sociedade gaúcha. 

Valorizar a EMATER, dotá-la de investimentos, de equipes técnicas e de estrutura operacional, significa investir no desenvolvimento do Estado, considerando a agilidade de resposta dada pelo setor no crescimento dos indicadores socioeconômicos. 

Há décadas, o Sindicato dos Engenheiros no Rio Grande do Sul vem promovendo sucessivas ações e manifestações em favor da revitalização e fortalecimento da EMATER, o que só acontecerá a partir da valorização e recomposição das equipes técnicas e, evidentemente, de investimentos e da recuperação orçamentária da empresa. Essas são medidas urgentes e necessárias para acelerar o crescimento, a consolidação e a competitividade deste segmento fundamental para a economia do Rio Grande do Sul. 

Na tarde do próximo dia 31, o SENGE-RS estará presente na Casa da Rede Pampa na Expointer. Teremos muito prazer em receber os colegas engenheiros agrônomos e engenheiros de todas as áreas, a fim de aprofundarmos esse debate.

(*) Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul (SENGE-RS)

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