Opinião
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7 de julho de 2021
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07:40

O antagonista do Brasil está acuado mas não está morto (por Silvana Conti)

Ato contra o governo de Jair Bolsonaro, dia 3 de julho, em Porto Alegre. (Foto: Luiza Castro/Sul21)
Ato contra o governo de Jair Bolsonaro, dia 3 de julho, em Porto Alegre. (Foto: Luiza Castro/Sul21)

Silvana Conti (*)

Motivos não faltam para Bolsonaro cair, ser empurrado do barco, derreter, ir para uma ilha com passagem só de ida, ser enviado para a tonga da mironga do cabuletê. Queremos derrotar este projeto de morte que é fascista, negacionista, misógino, racista, ultraliberal na economia e conservador nos costumes, LGBTfóbico, genocida e corrupto. O povo não aguenta mais. A indignação cresce nas ruas e nas redes!

A cada dia aumentam as desigualdades sociais, a fome, o desemprego, a crise política, econômica, sanitária, institucional, civilizatória, que se reforça com o caos da atuação do chefe de Estado que faz questão de provocar o ódio, incitar a violência, provocar aglomerações, enfim, um antagonista do Brasil e do povo brasileiro.

O antagonista do Brasil cometeu mais de 21 crimes que estão elencados no pedido do super impeachment, que aglutinou 122 pedidos para fortalecer e exigir o fora Bolsonaro.  Bolsonaro cometeu crimes gravíssimos de hostilidade e conflitos contra nações estrangeiras, ameaçou o STF e o Congresso Nacional, se opôs ao livre exercício do Judiciário e da Polícia Federal. Para além disso, violou direitos sociais assegurados na Constituição Federal, demorando com oferta de vacinas, sem cronograma de vacinação e o absurdo da falta de oxigênio em Manaus.

Chegamos a mais de 530 mil mortes por covid-19 por negligência do presidente, e hoje as nossas vidas valem um dólar na propina das vacinas e esquemas de corrupção que o presidente está envolvido. Bolsonaro está perdendo o controle da narrativa política. O papel que a CPI da Covid joga, bombardeando o presidente e escancarando a corrupção, contribui com o isolamento do governo Bolsonaro e a ampliação das forças de oposição ao governo.

O presidente está acuado mais não está morto. Segue com apoio do centrão na sua agenda econômica na política de privatizações, e possui instrumentos para dialogar com a população através do bolsa família e auxílio emergencial. Estamos acumulando forças nas ruas. Num período próximo passado era o Bolsonaro que chamava atos nas ruas junto com as milícias. Desde maio de 2021 estamos buscando inverter a correlação de forças. 

Temos a convicção da justeza da tática de unir amplas forças políticas da sociedade para desgastar, isolar e derrotar Bolsonaro. Todas, todos e todes que tem convergência para derrubar Bolsonaro serão bem-vindos(as). É muito importante a ampliação e o deslocamento de setores médios e de todos os setores que quiserem se somar para fortalecer a nossa luta contra o fascismo em defesa da democracia e da vida.

Temos um programa emergencial mínimo que precisamos gritar nas ruas, dialogar com o povo e lincar com o Fora Bolsonaro. Defendemos a vacina no braço, a comida no prato, o emprego, o auxílio emergencial de $600, defesa do SUS na intransigente defesa da vida. Finalizo com um poema que fiz em 2016 no período do golpe, e neste momento tão obscuro e nefasto, me parece urgente e oportuno resgatarmos nosso símbolo nacional nas ruas carregando nossa bandeira brasileira em nossas mãos.

O verde amarelo é meu, é teu, é nosso.

Não é… de nenhum coxinha, de nenhum reaça, de nenhuma mídia, de nenhum plim plim, de nenhum fascista, de nenhum machista, de nenhum racista, de nenhum pastor, senhor, doutor, fundamentalista, capitão do mato, ditador, torturador, corrupto, genocida, negacionista.

O verde amarelo é teu, é meu é nosso, O verde e amarelo é do Brasil!

Bora carregar nossas bandeiras verde – amarelas, dos movimentos sociais, dos partidos, das centrais sindicais, e construir o 24J gigante, forte, representativo, transformando o luto em luta e gritando do Yapoque ao Chui:

“Fora Bolsonaro Genocida e Corrupto!”

Rumo à marcha dos 100 mil!+

(*) Feminista, vice-presidenta da CTB/RS, Mestranda de Políticas Sociais da UFRGS.

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


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