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6 de maio de 2024
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09:50

Água e colchões são prioridade para doações hoje em Porto Alegre, diz secretário

Por
Sul 21
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Enchente no Guaíba em Porto Alegre, Zona Norte. Foto: Isabelle Rieger/Sul21
Enchente no Guaíba em Porto Alegre, Zona Norte. Foto: Isabelle Rieger/Sul21

A Prefeitura de Porto Alegre contabiliza, na manhã desta segunda-feira (6), cerca de 7.500 pessoas abrigadas em 58 pontos de abrigo distribuídos pela cidade. Vários desses abrigos estão sendo abertos por iniciativa da população e a Prefeitura está cadastrando esses pontos para que possa fazer a distribuição das pessoas que chegam resgatadas no centro de triagem para acolhimento que está funcionando no Teatro Renascença. Em entrevista ao Sul21, na manhã desta segunda, no Teatro Renascença, Rogério Beidacki, secretário municipal de Modernização, Gestão e Projetos, fez um balanço das operações de resgate e acolhimento das pessoas atingidas pela enchente em Porto Alegre.

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“As pessoas estão abrindo abrigos por conta própria. Estamos pedindo que liguem para nós, na Central do 156, para que possamos cadastrar esses abrigos e ter a gerência de distribuição das pessoas que chegam resgatadas. Estamos na expectativa de que o Guaíba estabilize, está começando a baixar, mas isso ainda vai levar vários dias. Isso é preocupante porque a situação não muda. Graças a Deus tem sol, mas a perspectiva é que volte a chuva nos próximos dias e se chover nas regiões que deságuam no Guaíba, a situação fica preocupante”, afirmou o secretário.

Segundo Rogério Beidacki, a Prefeitura está trabalhando em conjunto com Exército, Marinha, Bombeiros, Defesa Civil e voluntários numa operação sem precedentes na história da cidade. “O general Hertz nos disse ontem que essa é a maior operação da história do Exército, da Marinha e da Aeronáutica do Brasil. Essa é a extensão da gravidade. Não é só Porto Alegre, mas o Rio Grande do Sul como um todo. A demonstração de solidariedade está sendo sensacional. As pessoas entenderam que não é só o governo que deve fazer as coisas e a sociedade está fazendo junto”.

Quanto às doações que estão sendo feitas pela população, o secretário destacou que, nesta segunda-feira, a prioridade é água e colchões para os pontos de coleta.  “Temos quatro pontos que estamos divulgando mais que é a sede da Amrigs (Associação Médica riograndense), o Conselho de Medicina, o Sindicato Médico e o Ministério Público. Nestes locais há milhares de voluntários fazendo esse recebimento, a triagem e a redistribuição para os abrigos. Hoje estamos pensando nisso. Daqui a pouco a gente vai começar a pensar em começar a dar kits de limpezas para essas famílias retornarem às suas casas”. 

Neste momento, há uma quantidade suficiente de comida e de roupas. O secretário fez um apelo para as ONGs, entidades e grupos de amigos que estão fazendo quentinhas. “Se puderem trocar a quentinha por um bolo, bolacha ou sanduíche, coisas que possam ser consumidas no curto prazo. A gente não tem uma estrutura de geladeiras nos abrigos para guardar alimentos e neste momento a gente não pode desperdiçar comida. A parte da alimentação a gente consegue organizar, mas no meio da tarde faz falta, para as crianças principalmente um bolinho, uma bolacha”.

As operações de resgate também prosseguem nesta segunda-feira. Na madrugada desta segunda-feira, revelou o secretário, a Prefeitura de Porto Alegre recebeu uma solicitação de resgate de cerca de mil pessoas em Eldorado do Sul. “O Exército está fazendo esse movimento agora pela manhã e resgatando essas pessoas. Temos também um resgate para ser feito agora no Humaitá e temos centenas de voluntários, mais o Exército e Bombeiros, que estão percorrendo a cidade e deveremos ter muitas pessoas resgatadas ainda hoje”. 

As famílias resgatadas estão sendo levadas para pontos de encontro no Pontal, no Gasômetro e na Cairú, perto da Sogipa, são colocadas em ônibus e conduzidas para o Teatro Renascença, onde é feito o cadastro e a redistribuição para os abrigos. “A gente não quer que as famílias se percam. Às vezes, pessoas da mesma família são resgatadas em pontos diferentes, mas elas estão sendo trazidas para cá. A gente está aprendendo com tudo isso. Na enchente de novembro, tínhamos três abrigos abertos e acolhemos 270 pessoas. É uma dimensão completamente diferente”, acrescentou Beidacki.

Como pessoas de outros estados podem apoiar

O secretário afirmou ainda que a Prefeitura relutou em abrir um pix para a prefeitura de Porto Alegre, para receber ajuda de moradores de outros estados, mas resolveu abrir “porque nessas horas aparecem os aproveitadores que criam páginas e mudam a chave pix”. “A chave pix que estamos usando é o CNPJ da prefeitura de Porto Alegre. Então, a orientação que estamos dando para pessoas de outros estados que queiram fazer doações é que façam pelo CNPJ da prefeitura, que está disponível no site da prefeitura e em cards nas nossas redes sociais”, informou.


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