Política
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22 de novembro de 2022
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15:17

Deputadas levam ao chefe da Polícia Civil denúncias de perseguição política no RS

Por
Sul 21
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Parlamentares e vítimas de perseguição se reuniram com o chefe de Polícia, Fábio Lopes (dir.) | Foto: Divulgação
Parlamentares e vítimas de perseguição se reuniram com o chefe de Polícia, Fábio Lopes (dir.) | Foto: Divulgação

A deputada estadual Luciana Genro e a deputada federal Fernanda Melchionna, ambas do PSOL, se reuniram nesta segunda-feira (21) com o chefe da Polícia Civil, delegado Fábio Motta Lopes, para tratar de denúncias de perseguição política contra opositores do presidente Jair Bolsonaro (PL) no interior do Rio Grande do Sul após o segundo turno das eleições.

As deputadas estiveram acompanhadas da advogada Janaíra Ramos, de Casca, e da liderança do partido em Santa Maria Alice Carvalho, que denunciaram casos de perseguição política dos quais foram alvo.

Alice Carvalho contou que a casa em que mora com os pais, na periferia de Santa Maria, foi alvejada por um tiro durante a noite. O projétil foi encontrado no teto do quarto do casal.

Segundo a vereadora, a polícia da cidade tem levado adiante as investigações e há dúvida se foi uma bala perdida. “A questão é que sempre depois de eleição acaba acontecendo algo. Em 2020, atiraram pedras nas janelas da minha casa, e em 2018 sofremos uma agressão física no centro da cidade. Não sabemos quem foi, mas tem hipótese de que, além de bala perdida, pode ter sido algo político”, afirmou Alice.

Na conversa, o chefe da Polícia chamou atenção para o fato de apenas um tiro ter sido ouvido, o que não é comum em casos de bala perdida.

“Temos a preocupação de que seja investigada também a possibilidade de ser um crime político, que a Polícia não fique focada apenas na hipótese de ser uma bala perdida. Temos recebido muitos relatos de casos de perseguição política, sempre que divulgamos algum, recebemos mais”, afirmou Luciana Genro.

Já a advogada Janaíra fez o relato de casos de agressões contra apoiadores do presidente eleito Lula e da organização de um boicote contra empresas de eleitores dele na cidade de Casca.

“O meu escritório foi atacado, mas a polícia arquivou o boletim de ocorrência. Eu queria que verificassem as câmeras da avenida, mas eles disseram que é dano, que não é problema de polícia. Mas sabemos que é um ataque político, e não de propriedade”, disse a advogada.

Fábio Lopes afirmou na conversa que a Polícia Civil vem avaliando diversos casos de listas de boicote divulgadas em municípios, dos quais algumas inclusive propunham que os estabelecimentos de quem votou no Lula fossem identificados com estrelas vermelhas. “As listas, quando vêm acompanhadas de acusações, podem configurar infração penal. Cada caso tem que ser analisado e investigado”, disse.

Melchionna afirmou que a luta das parlamentares é para que os agressores sejam identificados e punidos. “São dois casos muito graves dentro de um conjunto de casos que vêm acontecendo Brasil afora. Precisamos protegê-las, mas também seguir a luta política para responsabilizar a extrema direita pelos crimes que tem cometido”, disse.

Os casos estão sendo acompanhados pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.


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