Política
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7 de janeiro de 2022
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10:26

Melo sobre reajuste a servidores: ‘reconheço que há déficit, mas não vamos aumentar a máquina’

Melo concedeu entrevista ao Sul21 na última quarta-feira (5) |  Foto: Luiza Castro/Sul21
Melo concedeu entrevista ao Sul21 na última quarta-feira (5) | Foto: Luiza Castro/Sul21

Luciano Velleda e Luís Eduardo Gomes

Com salários congelados por todo o governo de Nelson Marchezan Júnior (PSDB), os municipários de Porto Alegre reforçaram no segundo semestre do ano passado a pressão em cima da Prefeitura pela reposição das perdas acumuladas desde maio de 2016, data do último reajuste concedido. Ao final do ano, o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) defendia que a reposição necessária já passava de 30%. Na entrevista do Sul21 com Sebastião Melo (MDB), publicada na manhã desta sexta-feira (7), o prefeito foi questionado sobre as negociações em andamento com a categoria.

Ao ser questionado se os servidores municipais teriam reajuste salarial, Melo afirmou que a discussão com a categoria está ocorrendo, mas ainda não há um consenso entre as partes sobre os patamares.

“Essa questão está sendo discutida, tem um grupo que é o procurador-geral, o secretário de Governança e o secretário dos Recursos Humanos têm recebido o Simpa [Sindicato dos Municipários de Porto Alegre] e outras categorias individualmente. Nós estamos debatendo. Tem reivindicação envolvendo progressão, tem reivindicação envolvendo ajuste no vale-alimentação e tem a reposição salarial. tem várias outras questões, mas essas três perpassam todas as reuniões. Bom, o governo está conversando, está dialogando, mas não pode dar um passo maior do que a perna. Não existe hoje uma proposta consensualizada, nem de um lado, nem de outro, nós estamos discutindo”, afirmou.

O prefeito disse que reconhecia o déficit salarial dos municipários, mas ponderou que a cidade tem diversos outros déficits que também precisam ser equacionados e frisou que seu governo não irá “aumentar a máquina”. “Reconheço que há uma defasagem salarial, como reconheço que há também nos outros setores, reconheço que há milhares de desempregados na cidade para os quais temos que olhar também, reconheço que há um déficit de cidade para o qual temos que olhar também, então temos que ter um equilíbrio disso para chegar numa decisão. Não pretendo aumentar a máquina pública, não pretendo fazer isso. Tenho reposto acupunturamente funcionários que são necessários, mas não seremos um governo que vai deixar a máquina pública mais pesada”, afirmou.

Melo ainda defendeu que seu governo tem valorizado os servidores públicos ao, segundo ele, priorizar a ocupação de cargos de nomeação por funcionários de carreira. “Primeiro, eu reconheço que não há serviço público sem servidor público. Segundo, eu quero dizer que, pelo menos dos governos que eu conheço, nunca teve tantos servidores de carreira em posições-chave como tem nesse governo. É procurador-geral, secretário, secretário adjunto e vai indo. Então, a gente mostra a valorização do servidor”, analisou.

O chefe do Executivo disse ainda que a folha salarial da administração direta está em cerca R$ 3,5 bilhões anuais e que o déficit anual da Previdência do funcionalismo está em torno de R$ 1,4 bilhão, o que já consumiria uma parte importante do orçamento municipal total, que é projetado para a casa dos R$ 8 bilhões em 2021. “E aí tu tem ainda todo esse dia a dia da cidade que nós discorremos aqui [na entrevista publicada]”, ponderou.


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