Geral
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2 de dezembro de 2023
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18:26

Resgate, doações e benefícios amenizam o drama dos atingidos pela enchente na Capital

Por
Luciano Velleda
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Moradores das ilhas foram as principais vítimas das enchentes que atingiram Porto Alegre. Foto: Alex Rocha/PMPA
Moradores das ilhas foram as principais vítimas das enchentes que atingiram Porto Alegre. Foto: Alex Rocha/PMPA

Antes da inundação causada pelas chuvas de novembro levar ao fechamento das comportas em Porto Alegre, a situação das ilhas já era crítica. Se na Capital a cota de inundação na régua instalada no Cais Mauá é de 3 metros, na Ilha da Pintada essa cota é bem mais baixa, de 2,20 metros. Assim, quando o nível do Guaíba atingiu a marca de 3,46 metros no Cais Mauá, no dia 21 de novembro, não é difícil imaginar a dramática situação dos moradores do bairro Arquipélago.

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Nos dias que se sucederam a maior enchente na Capital desde 1941, a prefeitura abriu três abrigos emergenciais para socorrer as pessoas forçadas a saírem de suas casas: na Casa do Gaúcho, no Parque Harmonia; o Ginásio do Demhab, no bairro Santana; e o 9º BPM da Brigada Militar, no bairro Praia de Belas. Todos coordenados pelas equipes da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc). Até o último dia 29 de novembro, a Casa do Gaúcho ainda abrigava 124 pessoas. Os outros dois locais já foram desmobilizados.

Durante os dias da enchente, a Defesa Civil Municipal distribuiu kits de higiene e limpeza para os residentes das ilhas. A equipe realizou vistorias em diversas áreas e auxiliou o transporte das famílias que estavam em abrigos e que tinham interesse e condições de retornar para suas casas. Até o dia 23 de novembro, cerca de 2,1 mil pessoas do bairro Arquipélago haviam sido resgatadas. O trabalho do Exército também foi elogiado, seja no resgate de moradores ou na distribuição de doações.

Na Ilha da Pintada, a atuação da Defesa Civil é reconhecida pelos moradores. O órgão atuou no socorro a quem teve a casa inundada e levou mantimentos, água potável, itens de primeira necessidade e atendimento de saúde.

O recolhimento de doações foi igualmente importante. Durante dias, o Centro Administrativo Municipal e o Shopping Total receberam milhares de itens. Entre os dias 20 e 29 de novembro, a prefeitura arrecadou 1.358 cestas básicas, 3.811 itens de higiene pessoal, 1.664 peças de roupa e 4.243 produtos de limpeza, além de água, leite, toalhas e roupas de cama.

Além das doações, a prefeitura retomou a busca ativa de possíveis beneficiários do Programa Municipal de Recuperação Emergencial e Auxílio Humanitário. A iniciativa já repassou mais de R$ 1 milhão a moradores da Capital, desde o dia 13 de outubro, após a enchente de setembro. Entre os benefícios oferecidos está o auxílio para compra de eletrodomésticos e móveis ou para recuperar pequenos negócios, no valor de R$ 3 mil. Até o dia 1ª de dezembro haviam sido concedidos cerca de 700 cartões com o recurso.

Foi criado também o Estadia Solidária, no qual a pessoa afetada pela enchente recebe pelo menos três parcelas mensais de R$ 700,00, podendo ser renovado por igual período. Cerca de 115 famílias foram contempladas até o momento.

Os animais domésticos igualmente foram socorridos. O Gabinete da Causa Animal (GCA) resgatou ao menos 100 animais na região das Ilhas, encaminhados à Unidade de Saúde Animal Victoria e a um abrigo localizado na Restinga, contratado em caráter emergencial.

Simone Macedo, funcionária da Colônia de Pescadores Z-5, na Ilha da Pintada, teve seus dois cachorros socorridos na ação. Ela elogia o atendimento recebido nos momentos mais dramáticos da enchente. Como ela ainda não conseguiu retornar à casa, que ainda precisa ser limpa, os bichos seguem no abrigo. Simone espera reencontrá-los em breve e deseja não precisar novamente do socorro tão cedo


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