Geral
|
3 de outubro de 2023
|
16:31

Justiça leva a júri popular réu por feminicídio da ativista social Débora Moraes

Por
Sul 21
[email protected]
Movimento dos Atingidos por Barragens cobra justiça pela morte de Débora Moraes. Foto: Arquivo MAB
Movimento dos Atingidos por Barragens cobra justiça pela morte de Débora Moraes. Foto: Arquivo MAB

Em setembro do ano passado, Débora Moraes, coordenadora do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) em Porto Alegre, foi encontrada morta em sua residência. Um ano depois, a 4ª Vara do Júri da Capital decidiu que o réu, o ex-marido da vítima, Felipe Faustino, será julgado pelo júri popular. A decisão foi proferida nesta segunda-feira (2) e o julgamento ainda não tem data definida.

Faustino é acusado de feminicídio qualificado por assassinar a companheira dentro da casa onde morava, na zona leste da Capital. Ele foi preso em flagrante no local do crime após averiguações da Polícia Civil. Débora tinha uma filha de seis anos.

Leia também:
Coordenadora do MAB na Capital é assassinada em casa; marido é o principal suspeito

Segundo Alice Resadori, advogada que atua como assistente de acusação, a juíza entendeu que houve materialidade do crime e que há indícios suficientes da autoria. Ainda, a Justiça teria rejeitado a tese de suicídio, com base em depoimentos de testemunhas, que afirmaram que o acusado era agressivo com a vítima, e em relatórios de georreferenciamento, que demonstraram que ele esteve no local dos fatos. “A decisão pelo Tribunal do Júri reforça o que sempre defendemos, que Débora foi vítima de feminicídio”, afirma a advogada.

A primeira audiência foi realizada em março deste ano, no Foro Central de Porto Alegre. Cinco testemunhas de acusação foram ouvidas por quase duas horas. Ao final da audiência, a defesa de Faustino pediu o relaxamento da prisão, mas o pedido foi negado.

Leia também:
Justiça começa a ouvir testemunhas do feminicídio de liderança do MAB

No dia em que o feminicídio completou um ano, familiares e amigos de Débora e integrantes do MAB fizeram homenagens no Cemitério Jardim da Paz, onde ela foi sepultada, e na Vila dos Herdeiros, onde morava. “Marcamos esse ano sem Débora para honrar sua memória, sua luta pelos direitos das atingidas e dos atingidos pela barragem da Lomba do Sabão e para pedir o fim da violência contra as mulheres”, disse Alexania Rossato, da Coordenação Nacional do MAB.


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora