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14 de setembro de 2022
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12:33

Coordenadora do MAB na Capital é assassinada em casa; marido é o principal suspeito

Por
Sul 21
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Movimento dos Atingidos por Barragens cobra justiça pela morte de Débora Moraes. Foto: Arquivo MAB
Movimento dos Atingidos por Barragens cobra justiça pela morte de Débora Moraes. Foto: Arquivo MAB

Débora Moraes, coordenadora do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) em Porto Alegre, foi encontrada morta em sua residência, na Zona Leste da Capital, na última segunda-feira (12). Ela deixa uma filha de 6 anos de idade

Segundo a 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher de Porto Alegre, o principal suspeito do crime, até o momento, é seu próprio marido. De acordo com a delegada Fernanda Campos Hablich, ele foi preso em flagrante e será indiciado por feminicídio.

“O inquérito policial foi instaurado hoje e as investigações estão sendo feitas. O atual marido da Débora foi preso em flagrante no local do crime, ontem. Após averiguações da Polícia Civil no local, trouxemos o suspeito para a Delegacia da Mulher, averiguamos depoimentos de testemunhas e do local e o autuamos em flagrante”, disse a delegada.

Em artigo publicado no Sul21, o MAB destaca que Débora era uma “mulher jovem, mãe, alegre e aguerrida, que se colocava na linha de frente da luta por justiça. Débora tinha acabado de conquistar o direito ao reassentamento e sequer pode vivenciar sua conquista”, afirma o movimento, destacando a perda de mais uma colega “pela violência do patriarcado”.

“O patriarcado se estrutura como um sistema de dominação das mulheres e se reproduz por meio da violência. Violência que hoje tira a vida da nossa companheira Débora, e que todo dia tira a vida de uma mulher a cada 6 horas e meia, segundo os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Ou quantas outras mais que não tem suas mortes notificadas?”, questiona o artigo.

Segundo o MAB, Débora foi incansável na luta pelos direitos dos atingidos pela barragem da Lomba do Sabão e sempre esteve à frente do diálogo com os vizinhos e moradores da comunidade sobre os problemas da barragem, tendo sido muito presente na primeira fase do reassentamento das famílias e na intermediação com os órgãos públicos responsáveis.

Um ato em memória de Débora e por justiça será realizado na tarde desta quarta-feira (14), com concentração na Esquina Democrática, no centro da cidade, saindo depois em caminhada até a Assembleia Legislativa.


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