O movimento negro realizará, na próxima quinta-feira (24), um ato contra a violência policial em resposta aos episódios mais recentes de assassinatos de pessoas negras, como o adolescente Thiago Menezes Flausino, de 13 anos, morto a tiros em uma operação na Cidade de Deus, Rio de Janeiro. A mobilização, marcada para iniciar às 17h30, na Esquina Democrática, faz parte da Jornada Nacional de Luta Pelas Vidas Negras e acontece no aniversário de morte do advogado soteropolitano Luiz Gama, ícone da resistência negra.
Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) sobre o índice de mortes violentas intencionais em todo o país mostram que, em 2022, foram registrados 47.508 casos e 76,5% das vítimas eram negras. Os dados constam da última edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. A entidade destaca que os negros são o principal grupo vitimado pela violência, independentemente da ocorrência registrada, e representaram 83,1% das vítimas de intervenções policiais.
Uma pesquisa realizada pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) sobre a abordagem policial em seis territórios da Região Metropolitana de Porto Alegre aponta que ser negro, jovem e ter tatuagem são as três principais características que levam uma pessoa a ser considerada suspeita. A pesquisa faz parte do trabalho de assistência técnica internacional que o escritório da UNODC no Brasil realizou junto com o governo do Estado, entre novembro de 2015 e fevereiro de 2023, para acompanhar o que se denomina como “integridade do uso da força”.