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18 de junho de 2023
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11:10

Defesa Civil confirma 13ª morte após passagem de ciclone pelo RS; 5 seguem desaparecidos

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Sul 21
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Foto: Maurício Tonetto/Secom
Foto: Maurício Tonetto/Secom

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul confirmou neste domingo (18) a morte de mais duas pessoas que eram dadas como desaparecidas no município de Caraá em razão das fortes chuvas causadas pela passagem do ciclone extratropical que atingiu o Estado entre quinta e sexta-feira (17). Com isso, sobe para 13 o número de vítimas fatais.

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O órgão ainda informou que, das dez pessoas que eram consideradas desaparecidas na manhã deste domingo, cinco foram localizadas com vida. Ainda permanecem as buscas por outros quatro desaparecidos.

No final da tarde de sábado, a Defesa Civil informou que 18 pessoas estavam desaparecidas e, na manhã deste domingo, já havia reduzido o número para 10.

As mortes confirmadas ocorreram nos municípios de Caraá (3), Maquiné (3), São Leopoldo (2), Novo Hamburgo, Bom Princípio, São Sebastião do Caí, Esteio e Gravataí. A Defesa Civil identificou as vítimas como:

– homem de 27 anos em São Leopoldo, com morte causada por choque elétrico;
– homem de 23 anos em São Leopoldo, cujo carro foi arrastado;
– homem de 60 anos em Novo Hamburgo, afogamento;
– homem de 73 anos em Bom Princípio, cujo carro submergiu no rio Caí;
– homem de 69 anos em Maquiné, morte por soterramento;
– homem de 29 anos em Gravataí, queda de telhado em área alagada;
– mulher de 55 anos em Esteio, morte por afogamento;
– mulheres de 92 e 57 anos em Maquiné, mortes após deslizamento de terra;
– mulher de 73 anos em Caraá, morte após deslizamento de terra;
– bebê de 4 meses em São Sebastião do Caí, morte após engasgamento e inviabilidade de acessar serviço de saúde após isolamento por conta da água;
– homem de 76 anos e adolescente de 14 anos em Caraá, arrastados pelas águas.

A Defesa Civil também contabiliza 3.713 pessoas desabrigadas e 697 desalojadas pelos efeitos das chuvas.

O governo do Estado trata como prioridade o atendimento das pessoas em situação de risco. Para isso, instalou um Grupo de Ações Coordenadas envolvendo Defesas Civis estadual e municipais, Secretaria da Segurança Pública, Corpo de Bombeiros Militar e Brigada Militar, além de outros órgãos do Estado e dos municípios. A Secretaria de Assistência Social se agregou ao grupo para concentrar os pedidos de ajuda humanitária dos municípios.

No sábado, o governador Eduardo Leite e os ministros Waldez Goés, Integração e do Desenvolvimento Regional, e Paulo Pimenta, Secretaria de Comunicação Social, visitaram os municípios de São Leopoldo e Caraá e sobrevoaram outras áreas atingidas pelas chuvas.

 

Autoridades concederam coletiva no sábado, em São Leopoldo, sobre os esforços de enfrentamento dos danos e para apoio das famílias atingidas | Foto: Thales Ferreira/Divulgação

Após visitar um ginásio em São Leopoldo que abrigava pessoas afetadas, Leite, os ministros e o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, concederam entrevista na sede da prefeitura.

Vanazzi salientou a solidariedade da comunidade leopoldense que está colaborando com muitas doações e possibilitando um atendimento mais humanizado para as pessoas desalojadas. Ele também agradeceu a presença das autoridades federais e do governador na cidade, o que demonstra a união de esforços para atender as demandas necessárias para minimizar os efeitos dos desastres climáticos.

“Tivemos um cenário jamais registrado na cidade com um volume de chuva de mais de 246mm em poucas horas que nenhum sistema de drenagem no mundo seria capaz de suportar. Hoje é o início de um trabalho para buscarmos soluções para a manutenção dos diques e de qualificação do sistema de drenagem urbana. É fundamental que os governos Estadual e Federal nos ajudem nessas questões”, disse o prefeito de São Leopoldo.

Ele também entregou um ofício aos ministros e ao governador em que solicita aporte de recursos emergenciais. Para a União, solicita um aporte financeiro de R$ 50 milhões para promover o reassentamento das famílias que foram atingidas e que residem em área de risco, para recuperar os danos causados na infraestrutura da cidade e para promover a manutenção e modernização do sistema de contenção de cheias. Para o Estado, solicitou R$ 10 milhões para promover o acolhimento e atendimento em saúde às famílias desalojadas, bem como recuperar os danos causados na infraestrutura da cidade.

Em sua fala, o governador disse que, além das medidas emergenciais para resgatar as pessoas em perigo e apoiar desabrigados, estão em elaboração ações para reconstrução de estruturas destruídas.

“Vamos atuar com rapidez junto aos municípios na construção de planos de trabalho para que, com o apoio federal, possamos fazer a reconstrução das estruturas danificadas”, afirmou Leite. “Também determinei o levantamento das famílias em situação de vulnerabilidade e que perderam tudo nas áreas mais afetadas. Vamos oferecer recursos para que essas pessoas possam recompor suas condições de dignidade. Em curtíssimo prazo, é momento de olhar para as famílias”, disse.

Já o ministro Góes disse que o governo federal está mobilizado para oferecer ajuda humanitária e, concomitantemente, o restabelecimento das condições das famílias, seguido da reconstrução das estruturas com recursos liberados conforme forem concluídos os planos de trabalho.

“Estamos aqui para prestar toda a solidariedade e unir as forças da Defesa Civil nacional com as coordenações estadual e municipais para traçarmos os planos de trabalho. Os planos feitos em conjunto entre Estado, município e União serão reconhecidos e sumariamente aprovados para agilizar recursos”, afirmou.


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