Com palavras de ordem como “Fora Bolsonaro!”, “Bolsonaro Genocida!” e”Tá tudo caro, a culpa é do Bolsonaro!” a Marcha Contra a Fome, a Miséria e o Desemprego cruzou o Centro de Porto Alegre nesse sábado (9). A caminhada partiu do Largo Glênio Peres por volta das 15h e terminou no Largo Zumbi dos Palmares cerca de 1h30 depois.
Ao longo do trajeto, parlamentares, estudantes, representantes de partidos políticos, movimentos sociais e centrais sindicais criticaram o governo de Jair Bolsonaro (PL) e a volta do Brasil ao mapa da fome.
A marcha aconteceu dois dias após a divulgação do relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) sobre a fome no mundo. Segundo o documento, a quantidade de brasileiros que enfrentam algum tipo de insegurança alimentar é 61,3 milhões – quase três em cada 10 habitantes do Brasil, que tem uma população estimada em 213,3 milhões. Desse total, 15,4 milhões enfrentaram uma insegurança alimentar grave.
Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Porto Alegre tem atualmente a terceira cesta básica mais cara do Brasil, custando R$ 754,19 em junho, ficando atrás somente de São Paulo (R$ 777,01) e Florianópolis (R$ 760,41). Nos últimos 12 meses, o conjunto dos itens essenciais subiu 17,42%.
Dados oficiais indicam que o desemprego afeta 10,6 milhões de brasileiros. O Mapa da Nova Pobreza, divulgado essa semana pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), aponta que quase 63 milhões de pessoas têm renda domiciliar per capita de até R$ 497 mensais, o que significa sobreviver com menos da metade do salário mínimo.
“Está tudo muito caro. O povo não aguenta mais. Os preços dos alimentos dispararam, assim como os preços da gasolina, do diesel, do gás de cozinha e da energia elétrica. Temos que protestar”, diz Amarildo Cenci, presidente da CUT-RS.
O dirigente sindical salienta que “milhões de trabalhadores e trabalhadoras possuem empregos precários e informais, sem carteira assinada e sem direitos, recebendo baixos salários e sofrendo com a escalada dos preços e a falta de oportunidades no mercado de trabalho”.
Para Cenci, “a culpa é do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), que destruiu políticas públicas, cortou direitos trabalhistas, ampliou a precarização do trabalho e não investe na geração de emprego e renda para combater a fome, a miséria e o desemprego”.
O presidente da CUT-RS destaca que o povo brasileiro precisa levantar a voz para exigir respeito e vida digna. “Queremos comida na mesa, emprego decente, mais renda, moradia, saúde e educação pública de qualidade.”
Assim como ações de intolerância que têm sido vistos em outros atos pelo País, ovos foram arremessados contra os manifestantes de um prédio na Avenida Borges de Medeiros, um deles atingindo a fotógrafa do Sul21 Luiza Castro.
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