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19 de dezembro de 2021
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19:17

Anvisa pede proteção policial para funcionários e investigação das ameaças recebidas

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Sul 21
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A dispensa de registro da vacina é excepcional e terá validade de seis meses. Foto: Marcelo Camargo /Agência Brasil
A dispensa de registro da vacina é excepcional e terá validade de seis meses. Foto: Marcelo Camargo /Agência Brasil

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou nota neste domingo (19) informando ter pedido proteção policial para os membros do órgão, que têm sofrido ameaças de violência desde a aprovação do uso da vacina da Pfizer contra a covid-19 em crianças de 5 a 11 anos.

A aprovação da aplicação do imunizante em crianças e adolescentes ocorreu na última quinta-feira (16). Horas depois, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse querer divulgar os nomes dos funcionários responsáveis pela aprovação.

“A Anvisa informa que, em face das ameaças de violência recebidas e intensificadas de forma crescente nas últimas 24 horas, foram expedidos neste domingo (19) ofícios reiterando os pedidos de proteção policial aos membros da Agência. Tais solicitações já haviam sido feitas no último mês de novembro quando a Agência recebeu as primeiras ameaças”, diz a agência na nota.

O órgão responsável pela aprovação das vacinas contra a covid-19 no Brasil destaca que o crescimento das ameaças faz com que sejam necessárias novas investigações para identificar os autores e apurar responsabilidades.

A Anvisa informa ter comunicado sobre as atividades criminosas o Ministro-Chefe do Gabinete de Segurança Institucional; o Ministro da Justiça; o Procurador-Geral da República; o Diretor-Geral da Polícia Federal; e o Superintendente Regional da Polícia Federal no Distrito Federal.

“Mesmo diante de eventual e futuro acolhimento dos pleitos, a Agência manifesta grande preocupação em relação à segurança do seu corpo funcional, tendo em vista o grande número de servidores da Anvisa espalhados por todo o Brasil. Não é possível afastar neste momento que tais servidores sejam alvo de ações covardes e criminosas. A Anvisa não publicará os anexos que materializam as ameaças recebidas para não expor os dados pessoais dos envolvidos, no entanto, todas as informações foram encaminhadas às autoridades responsáveis”, afirma.

A declaração de Bolsonaro de expor os nomes dos funcionários da Anvisa foi feita quinta-feira (16) à noite, em transmissão por rede social. Na ocasião, o presidente anunciou ter pedido extraoficialmente o nome das pessoas que aprovaram a vacina para ser aplicada em crianças de 5 a 11 anos.

“Nós queremos divulgar o nome dessas pessoas”, afirmou Bolsonaro. “A responsabilidade é de cada um. Mas agora mexe com as crianças, então quem é responsável por olhar as crianças é você, pai. Eu tenho uma filha de 11 anos de idade e vou estudar com a minha esposa bastante isso aqui”, declarou, e logo insistiu na ideia de expor os profissionais.

“Não sei se são os diretores e o presidente (da Anvisa, Antonio Barra Torres) que chegaram a essa conclusão ou se foi o tal do corpo técnico. Mas seja como for, você tem o direito de saber o nome das pessoas que aprovaram (a vacina) para o seu filho a partir de 5 anos. E você decida se compensa ou não”, disse.

Desde então, se intensificaram os ataques aos funcionários da Anvisa, que já vinham sofrendo ameaças desde meados de novembro, quando a Pfizer entrou com pedido de autorização para usar o imunizante nessa faixa etária da população.


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