Educação
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2 de agosto de 2022
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08:55

Ato ‘Luzes pela Democracia’ reúne comunidade acadêmica na UFRGS

Por
Duda Romagna
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Professora Márcia Barbosa foi uma das principais articuladoras do coletivo. Foto: Luiza Castro/Sul21
Professora Márcia Barbosa foi uma das principais articuladoras do coletivo. Foto: Luiza Castro/Sul21

O ato “Luzes pela Democracia” reuniu, no início da noite desta segunda-feira (1), representantes da comunidade acadêmica universitária, em frente à Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A manifestação foi organizada pelo Coletivo Frente UFRGS, uma frente de entidades, movimentos sindicais, estudantis e sociais, e realizou um abraço em torno da universidade em caminhada até o viaduto da Sarmento Leite. Cada participante foi convidado a estar com algum tipo de iluminação durante o trajeto, com lanternas, luzes de celulares, velas, sinalizadores, entre outros dispositivos.

Mobilização serviu como um ato simbólico antes do protesto nacional que deve ocorrer em 11 de agosto. Foto: Luiza Castro/Sul21

O ato foi, também, um momento de união entre movimentos estudantis e entidades sindicais para a articulação de uma manifestação a nível nacional que deve acontecer no dia 11 de agosto. “Esse ato apesar de mais simbólico, também significa um levante da nossa comunidade acadêmica, temos sofrido perseguições dentro da Universidade, temos tido um cerceamento. Entendemos, inclusive, que isso que a gente tem vivido desde 2018 é um apagão da democracia. Sobretudo nesse momento, onde temos na presidência da república alguém que se coloca como um possível golpista, que não aceitaria os resultados em outubro”, explica Gabriela Silveira, estudante de Engenharia de Materiais na UFRGS e representante da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Márcia Barbosa, professora da UFRGS e participante do coletivo de entidades, esteve na organização do ato e foi porta-voz dessa manifestação. “Eu, como todo cidadão e cidadã desse país, estou incomodada quando eu sou ameaçada. Muitos que estão nos lendo não estavam aqui quando havia uma ditadura militar, mas eu estava e estou com um sentimento muito parecido de angústia e de necessidade de união. Quando eu era estudante, éramos totalmente separados, cada um no seu movimento, se batendo cada um na sua direção. Naquele momento precisamos nos unir e fizemos as ‘Diretas Já’. Eu sinto esse momento nascendo de novo e acho que eu consigo trazer essa história e revê-la de uma maneira muito grandiosa com a cooperação de tantos movimentos”, declara.

Luciana Nunes reforçou a necessidade de levantar todas as bandeiras em nome da união. Foto: Luiza Castro/Sul21

Para Luciana Nunes, professora do Departamento de Estatística da universidade, o sentimento de ameaça à expressão é o mesmo, e a junção de motivações para um bem maior pode ser a chave. “Tem muitas ameaças, veladas ou não tão veladas. A gente tem realmente sentido um pouco apreensão na hora de se expressar. Entretanto, eu acho que nada pode se sobrepor ao que estamos fazendo hoje. Temos que acabar com o fascismo que tomou conta do país, eu não tenho dúvida disso. E eu como professora, como mulher, como mulher lésbica, vou levantar todas as bandeiras que forem possíveis, para seguir na luta, de verdade.”

O coletivo conta com a participação do Comitê em Defesa da Democracia e do Estado Democrático de Direito, Rede Estação Democracia (RED), Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior de Porto Alegre (ADUFRGS Sindical), União Estadual de Estudantes Dr. Juca (UEE), DCE da UFRGS, Associação de pós-graduandos da UFRGS (APG), Representação Autônoma Docente (RAD), SomosUFRGS, FrenteUFRGS, Nós Defendemos a UFRGS-UFCSPA-IFRS, Eu Defendo a UFRGS, Seção Sindical ANDES dos docentes UFRGS, , Sindicato dos Técnico-Administrativos da UFRGS (ASSUFRGS) e Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

 

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Foto: Luiza Castro/Sul21
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