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22 de junho de 2012
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23:29

Ao tomar posse, Federico Franco diz: “sou defensor ativo da democracia”

Por
Sul 21
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Ao tomar posse, Federico Franco diz: “sou defensor ativo da democracia”
Ao tomar posse, Federico Franco diz: “sou defensor ativo da democracia”
"Destino quis que eu assumisse a presidência do Paraguai", disse Federico Franco ao receber faixa presidencial | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Da Redação

Por volta das 20h de sexta-feira (22), menos de uma hora e meia após a votação da cassação no Senado, teve início a cerimônia de posse de Federico Franco como novo presidente paraguaio. De pé, parlamentares que apoiaram a destituição de Fernando Lugo cantaram o hino nacional. Em seguida, Federico Franco prestou juramento, no qual prometeu respeitar as instituições do país. Concluso o juramento foi saudado com gritos de “Federico! Federico!” e recebeu a faixa presidencial e um bastão de ouro.

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No discurso, Franco declarou reiteradas vezes que iria respeitar “as instituições democráticas do país” e cumprir a Constituição. Ele afirmou, inclusive, que teria dito isto aos chanceleres das nações vizinhas. “Sou defensor ativo da causa democrática. Manifesto minha vontade irrestrita de respeitar o Estado de Direito”, disse.

Franco tentou fazer um discurso conciliador, afirmando que buscaria fazer um governo de “união nacional”, chamando “todos os partidos políticos”, embora só tenha nominado os partidos de direita que aprovaram o impeachment no Congresso. No seu discurso ele afirmou que o país passa por “momento difícil” e que “o destino” quis que ele assumisse a presidência.

Federico Franco garantiu que não tem “ressentimentos” e “ódios”, mas fez críticas indiretas, mas bastante explícitas a Fernando Lugo. Disse que não vai nomear amigos e parentes, uma das acusações que oposicionistas faziam a Lugo, e que vai nomear pessoas competentes para os cargos. Garantiu também que a questão social do campo será uma das prioridades de seu governo.

Ele afirmou que vai dar ênfase especial à industrialização. Franco disse que, hoje, o Paraguai utiliza energia que abastece São Paulo e Buenos Aires, enquanto o país tem problemas energéticos. Afirmou que vai buscar resolver esta situação e industrializar o país, “para que nunca mais um paraguaio tenha que ir ao exterior buscar emprego”.

Em votação realizada no final da noite desta sexta-feira, o Senado paraguaio decidiu aprovar o impeachment do presidente Fernando Lugo. A votação foi nominal e somou 39 votos a favor da condenação de Lugo, 4 contrários e 2 ausências.

Fernando Lugo foi alvo de um processo relâmpago de impeachment, iniciado na quinta-feira (21) e concluído no começo da noite de sexta. Movido pelo Congresso, o pedido trazia cinco acusações contra Fernando Lugo. A principal delas é de mau desempenho de suas funções em uma ação de reintegração de posse na semana passada, que acabou com a morte de 11 camponeses e seis policiais. Além disto, havia acusações de que Lugo teria colocado militares às ordens de sem-terras, de que o presidente teria financiado um protesto de estudantes e que ele seria o responsável por uma “onda de violência” no país. A quinta acusação era de que a assinatura do Protocolo de Ushuaia 2, em 2011, feriria a soberania do país. O protocolo permitirá, caso ratificado, que a Unasul interfira em países-membros quando houver golpes de estado.

Em comunicado oficial divulgado na tarde de sexta-feira (22), a Unasul manifestou seu apoio ao presidente paraguaio e afirmou de forma indireta que os países-membros podem romper suas relações diplomáticas com o Paraguai, caso o processo de impeachment contra o líder do Executivo paraguaio seja levado até o fim. Será avaliado, segundo o comunicado, “em que medida será possível continuar a cooperação no contexto da integração sul-americana” nessas condições. Lido pelo secretário-geral da entidade, o venezuelano Alí Rodríguez, o texto diz que a Unasul “reconhece a Fernando Lugo como o único presidente legítimo do Paraguai”.


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