Noticias|Últimas Notícias>Política
|
1 de dezembro de 2011
|
18:02

Dilma mantém Lupi e pede informações à Comissão de Ética

Por
Sul 21
[email protected]
Dilma mantém Lupi e pede informações à Comissão de Ética
Dilma mantém Lupi e pede informações à Comissão de Ética
Informações sobre Lupi são requisitadas pela presidenta Dilma | Foto: Marcello Casal Jr/ABr

Da Redação

A presidenta Dilma Rousseff pediu à Comissão de Ética Pública da Presidência da República informações sobre os elementos que motivaram o órgão a recomendar a demissão do ministro do Trabalho, Carlos Lupi. A decisão foi tomada depois que Dilma se reuniu, no começo da manhã desta quinta-feira (1º), com Lupi. A ministra-chefe da Comunicação, Helena Chagas, informou que Lupi será mantido no cargo.

Leia mais:
– Lupi recebe apoio do PDT para continuar no comando do Ministério

A ministra acrescentou ainda que Lupi disse à Dilma que vai apelar à comissão para que reconsidere a recomendação de demissão. Ao ser questionada sobre a reação da presidenta em relação à recomendação, a ministra informou que “[Dilma] reagiu com naturalidade, mas ela quer se aprofundar [na análise]”.

Na edição desta quinta o jornal Folha de S.Paulo publicou matéria afirmando que Lupi ocupou, por quase cinco anos, dois cargos de assessor parlamentar em órgãos públicos – na Câmara dos Deputados, em Brasília, e na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Helena Chagas garantiu que o ministro se comprometeu a prestar explicações sobre o assunto a Dilma.

Segundo a ministra, Dilma quer verificar pessoalmente todos os elementos analisados pelos conselheiros da comissão na reunião desta quarta-feira (30), a qual levou à recomendação da demissão. Dilma decidiu pedir a ata da reunião de ontem e até a degravação dos diálogos.

A recomendação da comissão foi tomada por unanimidade. A decisão se baseou em reportagens sobre um suposto esquema de favorecimento e cobrança de propinas no Ministério do Trabalho, além do uso irregular de um jatinho alugado pelo empresário Adair Meira, durante viagem ao Maranhão. O empresário é responsável por ONGs que mantêm convênio com o Ministério do Trabalho.

A comissão também considerou que sua defesa foi inconsistente. Além disso, os conselheiros se convenceram, ao analisar os acontecimentos, de que Lupi mentiu ao Congresso, à imprensa e à própria comissão ao apresentar suas justificativas.

Para procurador-geral, posição da comissão é “extremamente relevante”

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, classificou. nesta quinta-feira (1º) a posição da Comissão de Ética da Presidência da República pela demissão do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, como “extremamente relevante”. No entanto, ele lembrou que a manifestação se limita ao campo ético e que cabe apenas à presidenta Dilma Roussef decidir sobre a questão.

“Eu tomo na mais alta conta essa deliberação, mas claro que é no plano ético. A comissão não avança sobre outros aspectos, mas, no plano ético, o que mais se afirmou é a inconveniência da permanência dele”, disse Gurgel.

O procurador também informou que está analisando se há indícios de improbidade administrativa que justifiquem a ação do Ministério Público. “Há todo um material, chegam diversas representações e isso tudo está sendo reavaliado. Pode ser que se chegue à conclusão de que precisa haver investigação sobre ele, mas, por enquanto, é aquela posição anterior [de que não há provas de corrupção contra o ministro]”, completou Gurgel.

Atualização (20h32):

O presidente da Comissão de Ética da Presidência da República, Sepúlveda Pertence, divulgou há pouco o relatório e a ata da reunião que resultaram na recomendação de demissão do ministro do Trabalho Carlos Lupi.

Em entrevista a EBC, Sepúlveda informou que determinou a divulgação após conhecer a decisão da presidenta Dilma Rousseff que, pela manhã, pediu à comissão os elementos que fundamentaram a recomendação. “O relatório e a ata da reunião estarão à disposição da imprensa”, garantiu.

Sepúlveda evitou comentar a decisão da presidenta de manter o ministro no cargo. Ele fez questão de lembrar que trata-se de uma recomendação e não uma determinação. “É que a decisão da comissão não vincula a presidenta. Chama-se recomendação”. Ele também evitou emitir opinião de qual será a decisão de Dilma sobre o futuro do ministro. “Falar sobre isso seria especulação”, disse.

Com informações da Agência Brasil


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora