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2 de dezembro de 2016
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16:35

INP e Friedrich Ebert debaterão a atuação da esquerda na América Latina

Por
Sul 21
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Da Redação

Os avanços sociais obtidos nos países que viveram experiências de governos liderados pela esquerda nem sempre vieram acompanhados de um aumento da consciência política da cidadania, do fortalecimento das organizações sociais e do revigoramento dos partidos de esquerda;

Por outro lado, a reação articulada da direita política no continente, sempre lançando mão de sólidas estruturas de produção de conhecimento e difusão de ideias, desafiam a esquerda em sua capacidade organizativa e de produção de novas sínteses programáticas, que permitam projetar um futuro de afirmação dos valores democráticos, humanistas e internacionalistas nos países que compõem o vasto e tão diversificado território Latino-americano.

É preciso promover o encontro entre os novos movimentos – em especial os da juventude – e os partidos e organizações de esquerda no continente. Urge refletirmos a respeito de novas plataformas políticas, que sejam capazes de dar conta dos desafios que se apresentam no seio de sociedades mais complexas, diversificadas e atomizadas social e culturalmente. A sociedade em rede do século XXI exigirá, cada vez mais, da esquerda democrática a ampliação de seu arsenal teórico, a diversificação de soluções políticas inovadoras, o aumento de sua capacidade em apresentar respostas aos impasses ambientais, sociais e econômicos do tempo presente;

Os processos políticos no continente latino-americano se tornaram mais complexos. As vitórias eleitorais da esquerda ensejaram importantes conquistas sociais, consolidaram os regimes democráticos do continente, fortaleceram laços de solidariedade entre esses países. No entanto, ainda sofremos a herança de regimes autoritários e de séculos de dominação que produziram sociedades extremamente desiguais e insuficientemente desenvolvidas economicamente;

A esquerda latino-americana se vê diante de uma contraofensiva da direita, derrotada eleitoralmente durante um largo período, mas detentora dos diferentes instrumentos de poder que lhe permitiram operar um combate permanente e articulado transnacionalmente visando à dissolução das experiências de governo progressistas na AL. Nesse ambiente político, é preciso repensar valores, estratégias e renovar e ampliar alianças políticas e sociais. É indispensável evitar o isolamento, a estigmatização do campo de esquerda e o esvaziamento dos projetos políticos de transformação em todo o continente;

Assim, a forma política mais adequada ao atual momento político em diferentes países latino-americanos parece ser a da Frentes políticas antineoliberais. Experiências importantes já foram desenvolvidas, com especial destaque, ao caso uruguaio. Mas, novas formas e inovadoras engenharias políticas devem ser pensadas se quisermos assegurar um futuro para os valores da esquerda no continente. É indispensável superarmos sectarismos e hegemonismos de toda espécie, além, de projetar um diálogo profundo e agregador com o centro democrático.

Portanto, essas são algumas das questões que inspiram e justificam a organização do seminário internacional “Frentes políticas anti-neoliberais na América Latina”. Sem nenhuma pretensão de definir “receitas”, o seminário pretende ser um espaço de abertura ao diálogo e à reflexão crítica por parte daqueles setores interessados em projetar cenários para um futuro de reorganização e fortalecimento da esquerda no continente nas próximas décadas.

O seminário está previsto para o dia 02 de Dezembro, na cidade do Rio de Janeiro e a programação provisória segue abaixo:

Abertura: Thomas Manz e Fernando Haddad

Apresentação: Tarso Genro

Painel 1: Frentes de Esquerda na América Latina
Debatedores: Carlos Ominami (CHI), Daniel Filmus (ARG), Carlos Filizola (PAR), Juarez Guimarães (BRA); Laura Carvalho (BRA)

Painel 2: A visão dos movimentos sociais após uma década de governos progressistas na América Latina
Debatedores: Camila Vallejo (CHI), Raul Sendic (URU), João Pedro Stédile (BRA), Guilherme Boulos (BRA),


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