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26 de novembro de 2010
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21:21

Previsão de estiagem para o próximo verão preocupa futuro governo

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Sul 21
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(Pref. de Santa Rosa/Divulgação)
Pref. de Santa Rosa/Divulgação

Felipe Prestes

O Rio Grande do Sul deve ter o verão mais seco e severo da última década. Baixos índices pluviométricos já atingem o estado e a iminência da estiagem se tornou uma das grandes preocupações da equipe de transição do governo Tarso. Um grupo formado pelo vice-governador eleito Beto Grill, pelos futuros secretários Luiz Carlos Busato (Obras e Irrigação) e Marcel Frison (Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano) e por assessores técnicos tem avaliado medidas emergenciais a serem tomadas e realizado um diagnóstico sobre a atual estrutura do estado para o combate aos efeitos da seca.

O grupo buscará recursos federais para amenizar os impactos causados pelo clima. Aposta na aprovação de um projeto de lei enviado pelo governo do estado – que tramita na Comissão de Constituição e Justiça da AL – que cria um fundo de Defesa Civil. Com isso, poderá pleitear a transferência de recursos do fundo nacional já existente e irá também estimular os municípios mais atingidos a criarem fundos semelhantes, para que possam receber recursos de forma mais ágil.

“Nosso grande diálogo será com o Ministério da Integração Nacional”, explica o futuro secretário de Obras e Irrigação Luiz Carlos Busato. O ministério é o responsável pelo fundo que destina recursos ao combate a efeitos de enchentes e estiagens. Busato também comemora a aprovação de uma emenda pela bancada gaúcha que destina recursos federais para obras de irrigação no estado – segundo ele, no valor de R$ 80 milhões.

Segundo Marcel Frison, a transição trabalha para reunir recursos que permitam à Secretaria de Obras e Irrigação iniciar, já em janeiro, a escavação de poços no estado. “Estamos preparando para janeiro a escavação de poços emergenciais, verificando recursos possíveis para que a secretaria de Obras os realize”.

Dentre as tarefas do grupo estão – além de conversas em Brasília – buscar informações com integrantes do atual governo do estado e com prefeitos de cidades mais atingidas. “Conversaremos com os prefeitos das cidades que serão mais atingidas para ver como podemos amenizar os efeitos e identificar os principais problemas”, explica Marcel Frison. Na semana que vem, Busato terá reunião em Brasília para buscar recursos. E, na próxima segunda-feira, o grupo ganhará reforço de mais secretários, como os de Agricultura, Luiz Fernando Mainardi; e de Desenvolvimento Rural, Ivar Pavan.

Jefferson Bernardes
(Foto: Jefferson Bernardes/Governo do Estado)

Papel da Corsan

O secretário de Habitação Marcel Frison conta que o principal motivo que o coloca no grupo é o fato de sua pasta ser responsável pela Corsan. Ele quer ampliar a participação da empresa no combate aos efeitos da estiagem. “A ideia é a Corsan contribuir no esforço geral para conter a seca, com técnicos e com equipamentos”, afirma Frison. Além disso, a preocupação que atinge diretamente a empresa é o abastecimento de água à população. Segundo o futuro secretário, as regiões da Campanha e do Vale dos Sinos podem ter problemas sérios de abastecimento.

Bruno Alencastro/Sul21
Luiz Carlos Busato: "Problema da seca veio para ficar" (Foto: Bruno Alencastro/Sul21)

Frison deve conversar com o atual presidente da Corsan Luiz Zaffalon na semana que vem. O petista conta que, como seu nome foi anunciado oficialmente só nesta semana, isto impedia a ele, e a maioria dos futuros secretários, de encontros oficiais como o que terá com o presidente da Corsan. “Ainda não temos claro o que fazer porque não temos todas as informações”, resume. Além das respostas oficiais, Frison busca com militantes dos partidos da futura base aliada que trabalham na Corsan informações sobre as condições atuais da empresa.

Problema permanente

Luiz Carlos Busato explica que o futuro governo do estado precisa trabalhar na questão emergencial deste verão, mas também buscar soluções permanentes para a estiagem. “Nos últimos dez anos tivemos seis secas. Nos próximos doze anos teremos secas em todos os anos, de acordo com as previsões. É algo que veio pra ficar”.

Busato cita como exemplo de política permanente a construção de barragens. O atual governo está finalizando duas delas, que serão importantes, segundo o secretário: as barragens de Tacuarembó e Jaguari. “É preciso construir durante os quatro anos de governo poços artesianos, barragens e canais de irrigação”.


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