Da Redação*
O presidente francês Emmanuel Macron voltou a nesta segunda-feira (26) a comentar a postura pública do presidente Jair Bolsonaro (PSL) com relação ao debate que os dois vêm travando, desde a semana passada, diante do enfrentamento ao aumento do foco de incêndios na Amazônia.
De acordo com a agência de notícias AFP, Macron considerou como “extremamente desrespeitosos” os comentários que Bolsonaro fez sobre sua esposa, Brigitte, e disse que estava “triste por ele e pelos brasileiros”. Ele disse ainda esperar que os brasileiros “tenham logo um presidente que se comporte à altura do cargo”. “Acho que os brasileiros, que são um grande povo, estão um pouco envergonhados de ver esses comportamentos”, disse Macron.
O presidente francês se refere a uma resposta que o perfil oficial de Bolsonaro deu a um seguidor no Facebook que postou uma foto de Bolsonaro e a primeira-dama Michelle ao lado de outra de Macron e Brigitte, com os dizeres: “Entende agora porque Macron persegue Bolsonaro?”. Na resposta, o perfil de Bolsonaro diz: “Não humilha, cara. kkkkk”.
Além de Bolsonaro, outras figuras do governo brasileiro, como o ministro da Educação, Abraham Weintraub, também tem atacado Macron em público.
A França é uma nação de extremos. Gerou homens como Descartes ou Pasteur, porém também os voluntários da Waffen SS Charlemagne. País de iluministas e de comunistas. O Macron não está a altura deste embate. É apenas um calhorda oportunista buscando apoio do lobby agrícola francês.
— Abraham Weintraub (@AbrahamWeint) August 25, 2019
Anteriormente, Macron havia acusado Bolsonaro de “mentir” a respeito de compromissos com o meio ambiente e anunciado que a França passaria a se opor ao acordo de livre comércio firmado entre União Europeia e Mercosul, que precisa ser ratificado pelos membros dos dois blocos.
“Bolsonaro me prometeu, com a mão no peito, fazer tudo pelo reflorestamento e respeitar os engajamentos do Acordo de Paris para podermos fechar o pacto comercial. Devo dizer que ele não falou a verdade. Dias depois, o presidente demitiu cientistas de seu governo”, disse Macron.
*Com informações da AFP e da Folha de S.Paulo