Da Redação
Na terça-feira (17), os ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal deverão decidir se o senador Aécio Neves (PSDB) se tornará réu por corrupção e obstrução de Justiça. Ele é acusado de pedir R$ 2 milhões em propinas para o empresário e dono do grupo J&F, Joesley Batista. O pedido foi gravado e divulgado em maio de 2017, resultando no afastamento de Aécio Neves da presidência de seu partido e, posteriormente, afastamento de seu mandato como senador – que foi revogado um mês depois de emitido. As informações são da Folha de S. Paulo.
Em março deste ano, a procuradora-geral da república Raquel Dodge reafirmou a denúncia contra o senador, pedindo para transformá-lo em réu no Supremo. Segundo Dodge, a “vantagem indevida” solicitada por Aécio e sua irmã, Andréa Neves, tem intenções claras “quando o senador afirma que a pessoa que iria receber as parcelas deveria ser alguém ‘que a gente mata antes de fazer delação’ “.
Além do ex-governador de Minas Gerais, que nega as acusações, o Ministério Público Federal também acusa Andréa Neves, o primo do parlamentar, Frederico Pacheco de Medeiros, e o ex-assessor do senador Zezé Perrela (MDB), Mendherson Souza Lima. Os três foram presos preventivamente em 18 de maio de 2017 e soltos no mês seguinte por decisão do Supremo.
A denúncia, oferecida pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot ainda em maio de 2016, foi a primeira que resultou na série de escândalos envolvendo a JBS, empresa do grupo J&F. O relator, ministro Marco Aurélio, foi quem pediu a inclusão do processo na pauta de julgamentos que será decidida pela presidente da corte, ministra Cármen Lúcia.
Em nota à Folha, a defesa do senador, representada pelo advogado Alberto Zacharias Toron, afirmou que ele foi vítima de uma situação forjada, que teve participação do ex-procurador Marcello Miller –suspeito de ter advogado em benefício da JBS enquanto ainda era membro do Ministério Público Federal.