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2 de março de 2021
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20:57

Com UPAs lotadas, Prefeitura orienta pacientes com sintomas leves de covid a buscarem unidade básicas

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Com UPAs lotadas, Prefeitura orienta pacientes com sintomas leves de covid a buscarem unidade básicas
Com UPAs lotadas, Prefeitura orienta pacientes com sintomas leves de covid a buscarem unidade básicas
UPA Moacyr Scliar estava com mais de 300% de superlotação na semana passada | Foto: Reprodução vídeo Ocimar Pereira/Imprensa GHC

Luís Eduardo Gomes

Diante da superlotação dos hospitais e de Unidades de Pronto Atendimento (UPA), a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Porto Alegre está orientando os pacientes com sintomas leves da doença a não procurarem estes locais, mas sim as unidades de saúde básicas de atenção primária e somente buscar emergências hospitalares e de UPAs em casos mais agudos. No momento, não há orientação de que as pessoas busquem tele-atendimento no lugar das unidades de saúde.

Coordenador Municipal de Urgências, Diego Fraga afirma que são considerados como sintomas graves falta de ar, sensação de cansaço extremo, aperto no peito ou que esses sintomas permaneçam de 7 a 10 dias após a primeira manifestação. “Esses sinais são aqueles que a população deve ficar orientada e perceber para que procurem uma emergência de um pronto atendimento e hospital aqui da Capital”, diz Diego. “Sintomas leves — dor de cabeça, febre, coriza, tosse — não indicam em sua maioria sinais de gravidade a ponto de procurar um pronto-atendimento. Esse paciente pode procurar a sua unidade de saúde que ele vai ser atendido e a sua coleta de exame vai ser solicitada”, complementa, acrescentando ainda que há 19 pontos no município, entre unidades de saúde e laboratórios credenciados, que estão aptos para fazer essa coleta de exames.

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Na semana passada, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Moacyr Scliar, localizada na zona norte de Porto Alegre, chegou a suspender o atendimento de novos pacientes após registrar mais de 300% de superlotação, com 63 pessoas em atendimento para 17 leitos totais. “Extrapolamos toda a capacidade de acomodação e fornecimento adequado de atendimento aos pacientes”, disse a gerente executiva da unidade, Jaqueline Cesar Rocha, no dia 23 de fevereiro.

Fraga reconhece que os profissionais dos PAs estão sobrecarregados, mas diz que todos os pacientes estão recebendo atendimento e estão sendo encaminhados para o “melhor destino possível”. “É importante frisar que a sobrecarga dos pronto atendimentos vêm bem grande e essas unidades permanecem atendendo pacientes graves. Pacientes classificados como verdes e azuis, mesmo que procurem um atendimento, vão ser redirecionados à atenção primária para que ela consiga dar seguimento ao tratamento. O foco dos pronto atendimentos hoje são os pacientes graves”.

Ele acrescenta ainda que o perfil de pacientes que procuram atendimento tem se tornado cada vez mais grave e jovem. “A gente vem vendo um aumento do número de casos, esses casos, em sua maioria, já chegam graves para atendimento, pacientes jovens tendo complicações secundárias da doença”, diz.

Diante do quadro de lotação da UTI, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), principal referência da Capital para o atendimento de pacientes de covid-19, divulgou no último dia 27 uma nova diretriz com restrições para visitantes e acompanhantes de pacientes visando restringir ao máximo a circulação de pessoas.

O HCPA suspendeu todas as visitas em unidades de internação, com exceção de pacientes com dependência e/ou necessidades especiais, cuja situação será analisada caso a caso. Determinou ainda a suspensão de visitas nos setores de Pediatria, Neonatologia, Internação Obstétrica e Centro Obstétrico. Autorizou a visita para pacientes de Emergência e CTI apenas nos casos não relacionados a covid-19 e limitando a uma pessoa. Limitou também o número de acompanhantes em todas estas áreas e determinou que idosos acima de 60 anos, imunodeprimidos, que apresentem febre, sintomas respiratórios ou contato prévio com paciente suspeito ou confirmado de covid-19 não poderão realizar visitas ou acompanhar pacientes no HCPA.

Estado quer horário ampliado de atendimento

Após reunião com a presidência do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde no último domingo (28), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) definiu que iria recomendar às prefeitura que as unidades de saúde passassem a funcionar em horário estendido com o objetivo de reforçar a importância de que pacientes com sintomas leves de coronavírus devem buscar atendimento nestes locais.

“Precisamos aumentar essa presença e potência agora, em função do momento crítico que vivemos”, disse Ana Costa, diretora do Departamento de Atenção Primária e Políticas de Saúde da SES, após o encontro.


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