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5 de junho de 2017
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16:47

Presidente do Cpers: Sartori usa a crise para implementar um projeto do qual ele mesmo se envergonha

Por
Sul 21
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Helenir Aguiar Schürer faz uma balanço de sua gestão no Cpers durante o governo José Ivo Sartori (PMDB). Foto: Guilherme Santos/Sul21

Gregório Mascarenhas

Helenir Aguiar Schürer comanda o Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul, maior sindicato do Estado, com mais de 80 mil filiados, no momento mais duro vivido pela categoria nas décadas recentes: os vencimentos básicos são os mais baixos do país, e, como se não bastasse, recorrentemente pagos em parcelas.

Ela nasceu em Canoas, mas começou a lecionar na rede municipal de Horizontina, no noroeste do Estado. Associou-se à entidade de classe já em 1987 – naquela época era permitida a filiação de docentes de outras redes. Era, no começo, representante da escola no núcleo do sindicato. De lá foi para a Escola Estadual de Ensino Médio Cyrino Luiz de Azevedo, em Santana do Livramento, onde foi vice-diretora de núcleo, e, mais tarde, em Porto Alegre, deu aula na Escola Técnica Senador Ernesto Dornelles. De 2001 a 2008 participou da direção do sindicato, e, em 2014, se elegeu presidente.

Helenir recebeu o Sul21 em sua sala, no quinto andar da sede do sindicato, no centro da Capital, na última quinta-feira (1°). No final do triênio – as eleições para a presidência do sindicato ocorrem no final de junho –, ela fez um balanço dos três anos à frente do Cpers e falou sobre a conjuntura da política e da educação no Rio Grande do Sul e no País. Considerada moderada, Helenir defende a necessidade de lutar “utilizando nossa grande arma, que é o diálogo e o argumento”. Quando o sindicato se move, diz a sindicalista, “isso deve ser uma aula de cidadania para nossos alunos”.

Sul21 – Um dos argumentos mais comuns, por parte dos governos, é que “não há alternativa”, que a austeridade é o único caminho possível em um momento de crise econômica. Isso é dito há décadas no Rio Grande do Sul. Como a categoria poderia responder a essa justificativa?

Helenir Aguiar Schürer – Houve, nos últimos 44 anos, somente dois momentos nos quais o governo do Rio Grande do Sul teve superávit. Isso não impediu, entretanto, que em diversas ocasiões as demandas da categoria fossem atendidas. Para nós, há um delimitador: ter compromisso com a educação ou não ter. É uma questão de projeto de governo. Tivemos, no ano passado, mais de nove bilhões de reais de desonerações fiscais, mais de sete bilhões sonegados, e o governo não apresentou nem um projeto para reverter isso. Estamos acompanhando a grande discussão sobre a caixa preta que as isenções representam. Reafirmamos: o problema não é de caixa, mas de ter uma receita mais transparente. O governo está tentando vender patrimônio público sob o argumento de que precisa sanar a questão do déficit do estado, e então eu recordo do governo Britto – que, aliás, tinha como líder de governo o José Ivo Sartori – quando discutíamos, no sindicato, sobre a renegociação da dívida e dizíamos que estava sendo criada uma dívida impagável. Hoje, Deus não dorme, caiu no colo do Sartori a tarefa de resolver o problema que eles criaram. Lembro até hoje da foto na qual Britto e Sartori comemoravam a suposta resolução da crise. O Estado não estava salvo, eles mentiram para a população gaúcha. Na minha visão – e nossa, dos servidores, ouso falar – é que novamente o governo não assume seu projeto. Ele se elegeu sem contar qual era seu projeto. Todo mundo lembra que a fala dele era “meu partido é o Rio Grande”. Para quem tem um problema de caixa tão sério, abrir mão de discutir a questão da Lei Kandir [legislação sobre ICMS que causou perdas importantes na arrecadação de impostos estaduais, objeto de discussão com o Governo Federal], por exemplo, da qual poderia sair um bom montante de recursos. Seu projeto real é do Estado mínimo, da Agenda 20|20 [movimento político criticado por ser fortemente vinculado ao grande empresariado], e ele tenta usar essa crise para implementar um projeto do qual ele mesmo se envergonha, me parece. Nós continuamos firmes, dizendo: vamos lutar para que não sejam vendidas as estatais do Rio Grande do Sul. Até parece que em todos os anos vamos ter uma CEEE, uma Sulgás, uma CRM para vender. Será que o valor que entraria em caixa com a venda dessas empresas atingiria o que temos para receber de retorno da Lei Kandir? Acho que não. Vamos nos posicionar novamente, frontalmente contra essa política de desmonte do Estado. O caos da segurança, por exemplo, é abastecido pelo decreto de Sartori de congelamento de salários. O governo poderia ser mais sincero, dizer que “nós queremos um Estado mínimo, queremos todo esse recurso dos gaúchos que foi usado para criar as estatais, nós precisamos entregar para alguém”. Não digam que só a iniciativa privada sabe gerir e administrar. Basta observarmos, pouco tempo atrás, a ajuda que foi dada aos bancos no país; também não podemos dizer que a privatização da CRT nos levou ao paraíso, todo mundo sabe o que nós temos hoje na telefonia. Para as falácias que o governo tenta vender, seremos uma pedra no sapato.

Helenir recebeu o Sul21 na sede do sindicato. Foto: Guilherme Santos/Sul21

Sul21 – Sartori ainda tem um ano e meio de governo e não parece ter logrado alguns de seus objetivos – que, como a senhora disse, fazem parte de um “projeto”, ainda que não explicitado, de política. Muita coisa foi barrada. Há a possibilidade, porém, de isso se implementar nos próximos meses de governo?

Helenir – Olha, eu acho muito difícil. O governo, creio, não vai conseguir fazer o plebiscito [sobre venda das estatais] neste ano, nós sabemos que ele não pode ter três partidos que neguem o acordo de votação. Vamos trabalhar em diálogo com todos os partidos para que isso não aconteça. Queremos esse debate para 2018. Por que um governo que diz que falta dinheiro quer vender a Sulgás, que é superavitária? A gente quer um Rio Grande do Sul forte que tenha condições de sobreviver no futuro. Quando eu ouço eles dizerem que a questão da energia não cabe ao governo, é não entender quão estratégico isso é para o Estado. Olhemos para o Chile, onde foi tudo privatizado, sabemos o que aconteceu. Olhemos para Uruguaiana, onde a Corsan deixou de gerir as águas da cidade, privatizou o sistema, e a tarifa subiu 195%. É sobre isso que queremos falar com a população. Se eles vendem o discurso fácil, nós contamos a realidade sobre o governo abrir mão do que é fundamental e estratégico para o Estado. Não conheço nenhum empresário altruísta que vai comprar uma empresa que causa prejuízo. Respeitem a nossa inteligência.

Sul21 – Há, nacionalmente, um projeto comum?

Helenir – Quando fomos para a rua lutar pela democracia, sempre dissemos que seria um golpe contra os trabalhadores. Quando o então vice-presidente Michel Temer veio ao Estado para apresentar a Ponte para o Futuro [documento apresentado pelo PMDB com diretrizes de governo para o país, entre as quais estavam citadas, por exemplo, o teto de gastos para o Estado brasileiro e as reformas trabalhista e da previdência], nós fomos estudar esse documento. Nós sabíamos o que pensava e qual era a proposta. Tanto em Brasília quanto no Rio Grande do Sul e em Porto Alegre. Alinhou. É a política do Estado mínimo, de criminalização dos movimentos sociais, de ataque aos sindicatos e aos nossos direitos. Se pensares, nós temos hoje a possibilidade de o trabalhador ser contratado como terceirizado para as atividades-fim. Tivemos uma proposta – eles perderam a vergonha na cara – de que os trabalhadores do campo poderiam ser pagos com comida e moradia é algo que remete ao tempo da escravidão. Eu gosto muito de assistir à TV Câmara: é um Congresso composto por de empresários, eleito com dinheiro dos empresários, que representa os empresários – tanto que estão cumprindo uma agenda de flexibilização das leis do trabalho, deixando desprotegidos os trabalhadores. Nós temos uma história, no sindicato, pois nunca estivemos alheios às outras questões, de fora da categoria.

Sul21 – Um processo muito interessante, as ocupações de escolas por parte de estudantes, são uma novidade no Brasil. Qual é a visão do sindicato sobre isso?

Helenir – Colocou em xeque o nosso fazer pedagógico tradicional. Acendeu a luz vermelha para nós que amamos nossa profissão. Alguma coisa não está certa. Nossos alunos são muito sábios. Não é como se eles simplesmente tivessem ocupado as instituições. Eu andei em diversas escolas e, ao entrar, vi que a discussão – que inclusive foi retirada do Plano de Educação aqui no Estado – de gênero, de raça e de diversidade explodiu dentro das escolas. Entrar lá e ver meninos e meninas capinando o pátio, meninos e meninas lavando louça, fazendo comida, limpando, com uma igualdade de gênero muito clara. Eles chamavam professores de universidades para ter aulas públicas sobre temas que eram interessantes para eles. A escola voltou a ter um encantamento. Educação é encantamento, é paixão. Essa experiência deveria ser um divisor de águas no mundo escolar. Nós precisamos aprofundar, e, principalmente, ouvir nossos alunos, que hoje têm muita informação compartilhada. A escola deve ser o espaço onde se organiza o pensamento e as informações. Eu dava aula no Ernesto Dornelles, e percebemos que o projeto dos politécnicos [mudança no Ensino Médio proposta pelo governo de Tarso Genro], que também tinha em sua política o desenvolvimento de projetos, por parte dos alunos, foi muito bom. Percebia-se o desenvolvimento dos alunos na pesquisa, que começava como copia-e-cola e depois evoluía para a produção. Há espaços para crescer, mas é preciso de vontade política para fazê-lo. Aqui sou muito clara, quando dizem que querem fazer da escola um espaço de efervescência da esquerda: não, eu tive experiência de ver alunos de 13 anos defendendo ideias do neoliberalismo, mas com convicção. A democracia é isso, e a escola deve refletir isso. Não é para fazer todos iguais ou dizer como pensar. É uma escola possível – hoje, entretanto, temos que cumprir tantas burocracias que não há tempo para pensar na educação.

‘Hoje, entretanto, temos que cumprir tantas burocracias que não há tempo para pensar na educação’. Foto: Guilherme Santos/Sul21

Sul21 – O Rio Grande do Sul era considerado, no ensino público, vanguardista no país, por conta de seus índices acima da média, décadas atrás. Na história dos anos recentes, entretanto, há uma mudança nesse quadro. Como a senhora avalia esse processo?

Helenir – Eu gosto muito de retomar esse histórico. É muito interessante. Em 74, quando conquistamos nosso Plano de Carreira, os professores ganhavam bem, por 20h semanais, viviam a política sindical. Nos anos 90, quando começa a implantação das políticas neoliberais no Brasil, acontece um arrocho salarial sem precedentes, se olharmos a curva do gráfico. Se esses professores têm tanto tempo para ler e se informar, pensou o governo, eles poderiam trabalhar mais, quem sabe 40 horas. Hoje temos uma quantidade enorme de professores que trabalham 60 horas semanais. Foi também para nos calar. Hoje, tem até gente que consegue escrever que escola não deve ter ideologia, a tal Escola sem Partido. Não sei como não morrem de vergonha. O que não é ideológico? O que não é político? Eles tentam sufocar a escola naquilo que ela tem de mais precioso: o desenvolvimento, nas pessoas, da capacidade de receber mensagens, de decodificá-las, de reelaborá-las, refletir. A escola que não dá essa oportunidade está criando pessoas passivas. Todo mundo sai repetindo e marchando. O sindicato é um grande problema para isso. A gente segue dizendo que as ciências humanas são fundamentais para a sociedade. Acho que esse arrocho salarial foi intencional para pode calar os professores. Para que se alienem, não tenham conhecimento. Fazer o discurso da crise. Então, fica mais fácil, mentir sobre seu projeto neoliberal.

Sul21 – Como o sindicato se organiza com outras categorias?

Helenir – Desde 2015, e acho que foi nosso grande diferencial, nós conseguimos nos articular com todos os servidores. Essas propostas que estão vindo, mais do que para nós, estão relacionadas às famílias de nossos alunos. A escola não é uma ilha. Todo o descontrole que há na sociedade se reflete dentro da escola. Alunos tensionados, pais tensionados, sem garantia de reconhecimento de seus trabalhos, há mais violência nas escolas e menos qualidade.

Sul21 – Qual é o balanço desses quase três anos de gestão?

Helenir – Eu estava lendo, inclusive, nestes dias, o nosso panfleto com as propostas. Fiquei muito satisfeita em saber que cumprimos todas. As mostras pedagógicas, por exemplo, foram um dos pilares para nós, porque dialogam direto com a categoria, ainda que talvez não na profundidade que queríamos. Quem participou se sentiu valorizado, feliz por sair das quatro paredes das escolas. Eu, particularmente, fiquei muito feliz, porque as escolas são vistas na grande mídia quando foram assaltadas, quando houve violência, quando há professores em greve. A gente conseguiu fazer uma mostra na qual muitas pessoas passavam e olhavam, não acreditavam que eram projetos desenvolvidos em escolas públicas. Isso demonstra o acerto. Se tu queres a valorização, mais do que nunca precisamos mostrar o que é produzido nas escolas. Aproximar os aposentados, antes esquecidos. Tivemos mais de quatro mil aposentados em muito movimento no sindicato, além da grande aproximação com os servidores públicos. Se hoje o governo não aprova com a facilidade seus projetos, é porque há união das 44 categorias envolvidas. Desde a segurança, a saúde, a educação, os serviços gerais, os técnicos, inclusive a Brigada. Isso é um diferencial que foi reproduzido no interior do estado. Foi o que aconteceu no dia 15 de março e no 28 de abril deste ano, quando tivemos greves fortes e mais de 200 cidades – muitas delas pequenas – com gente na rua. Isso significa a força da unidade de todos os trabalhadores. A outra questão é que depois de 20 anos conseguimos fazer uma assembleia com o gigantinho cheio, o dia dos 50 mil, aquela ocasião na qual vieram os servidores todos. Tivemos muitos atos de resistência, como no momento em que o governo tentou retirar o difícil acesso [adicional de remuneração para professores que trabalham em escolas distantes], que atingiria 69% da categoria. Para conseguir que o governo recuasse tivemos que ocupar o CAFF [Centro Administrativo Fernando Ferrari] por duas semanas. Não foi fácil, mas conseguimos evitar que a categoria fosse penalizada. O governo tem uma política de reajuste zero nos quatro anos, paga o pior salário do Brasil e ainda tem a ousadia de querer retirar recursos dos contracheques tão minguados da categoria. Uma vitória significativa ocorreu na terça-feira passada, quando o governo retirou a PEC buscava extinguir a necessidade de plebiscito para vender as estatais, e, logo após, o fato de o governo não ter 33 parlamentares registrados para votar a PEC 261, que impediria professores de contarem o tempo em outras redes para o triênio. Tivemos vitórias, muitas lutas. Quem achava o governo Britto ruim já está achando que ele era uma moça. Tenho 33 anos de magistério e nunca tinha visto um  governo tão carente de possibilidade de gestão, confuso, sem abertura ao diálogo, que acredita na força da repressão para se impor.

‘O que o governo fez não foi por boa vontade’. Foto: Guilherme Santos/Sul21

Sul21 – Como a senhora avalia que foi o governo Sartori, a respeito do diálogo com as categorias?

Helenir – Ontem eu estava escutando a propaganda partidária, e ouvi a nossa ex-presidente da Assembleia [a deputada Silvana Covatti, do PP] falando sobre o diálogo que teve, enquanto esteve à frente do parlamento. Enquanto ela falava eu lembrava das bombas, do cerceamento da população de ter contato com os seus deputados na assembleia, da truculência da polícia em relação aos servidores. Essa tem sido a política do governo, marcado pelo discurso do diálogo e prática da ausência de entendimento. Precisamos fechar a assembleia legislativa para tentar fazer com que os deputados abrissem um canal de diálogos com o governo. Que diálogo é esse? Acho que é sintomático, quando um secretário de governo, da Educação, nomeado pelo Sartori, é o secretário-executivo da Agenda 20|20. No momento em que começamos a dialogar e a argumentar sobre educadores que foram a Brasília lutar pelos nossos direitos e de todos os trabalhadores, ele ficou extremamente nervoso, elevou a voz. Eram menos de 100 professores na Capital, naquele momento. São mais importantes que os 420 professores que faltam na rede de educação desde março? Discursa muito, fala muito, mas faz pouco. O que o governo fez não foi por boa vontade. Fomos o primeiro sindicato a romper o decreto de que não poderia haver nomeação ou contratação, nenhuma ampliação do custo da folha salarial; nós conseguimos nomear, conseguimos contratar. Nesta semana tivemos outra vitória: foram publicadas as mudanças de níveis. Tudo isso, entretanto, à custa de muita luta que o sindicato tem feito na justiça. Absolutamente tudo o que colocamos na mesa o governo perdeu. Se fosse um governo aberto ao diálogo, com tanto problema financeiro, se fosse inteligente, ele cumpriria o que a categoria reivindica, evitando que entrássemos na justiça e o Estado ainda ter que pagar os custos processuais.

Sul21 – A senhora considera que as políticas de educação dos governos têm acompanhado os avanços pedagógicos que são produzidos nas universidades?

Helenir – Nunca se tocou na questão pedagógica. Nós, professores, inclusive, questionamos as formações que são oferecidas. São contratadas universidades, não é barato, mas não há um diálogo. O professor vai, porque é obrigado, e sai de lá sentindo que perdeu dias de trabalho. Se o governo escutasse, provavelmente nossa pauta seria outra, pois saberiam quais são as carências do nosso trabalho. É um grande circo, um grande faz de conta. O governo contrata alguém para a formação. Às vezes, há palestras teóricas muito boas, mas que não contribuem para o fazer pedagógico do dia-a-dia. Acho que o sindicato, inclusive, tem ajudado mais, quando começamos a fazer as mostras pedagógicas, para se ver o que está acontecendo de novo, sobre ter um novo olhar para a educação. E a gente não cobra para isso.

‘Nós vivemos uma luta desigual’, diz Helenir. Foto: Guilherme Santos/Sul21

Sul21 – Há, globalmente, uma tendência de descrédito a sindicatos, partidos, ou mesmo ao Estado. Instituições que representam a coletividade perderam a importância que tinham no século XX. Como o sindicalismo deve agir em relação a esse novo contexto?

Helenir – O sindicalismo significa coletividade; o neoliberalismo – que está crescendo assustadoramente, inclusive com viés fascista, com um ódio extremado que surge –, enquanto essência, é pensar em si. A reforma da lei trabalhista, quando quer permitir que professores de cada matéria possam ter seu sindicato, opera com a divisão. O papel do sindicato é se contrapor a isso – e dos educadores também. Não há educação individual. Ela é naturalmente irradiadora de conhecimento. Isso nunca vai se relacionar com o funcionamento do individualismo. Nós temos que nos questionar, quando vemos aflorar na juventude esse pensamento, refletir como professores sobre as razões disso. Nós vivemos uma luta desigual, entre os que acham que o indivíduo se salva por si mesmo e os que vêem no coletivo o caminho da humanidade.

 


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