Da Redação
Como prometido nesta quinta-feira (27), o governador eleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), finalizou antes do final do ano os anúncios dos futuros nomes que irão compor o seu secretariado a partir de janeiro ao revelar os nomes para as últimas secretarias que ainda aguardavam a indicação de seus futuros comandantes. O principal anúncio desta sexta-feira (28) foi justamente para a pasta que irá ser responsável pelo maior orçamento entre as secretarias, a Educação. Para o posto, o tucano indicou o seu correligionário Faisal Karam, 58 anos, ex-prefeito de Campo Bom e eleito primeiro suplente de deputado estadual pelo PSDB.
O futuro governador creditou a escolha, entre outros fatores, ao fato de que os índices de avaliação da educação tiverem forte incremento em Campo Bom no período em que Karam governou a cidade, entre 2009 e 2016. Como já havia anunciado, Leite não optou por um nome técnico, visto que Karam é formado em Administração de Empresas, mas disse que a escolha foi por alguém com capacidade de gerir uma estrutura maior do que muitos governos.
“São 2,5 mil escolas, temos quase 1 milhão de crianças e jovens todos os dias na sala de aula, temos cerca de 100 mil funcionários, fazer rodar essa grande engrenagem com um orçamento que é maior do que o da Prefeitura de Porto Alegre, por exemplo, exige muita capacidade de gestão para garantir professor na sala de aula, para garantir merenda, transporte. Para poder conduzir essa secretária, garantir o funcionamento, busquei alguém que tivesse experiência com o comando de grandes estruturas, que já tivesse sido testado politicamente, com capacidade de diálogo com diversos setores”, disse.
Demais secretários anunciados
O segundo nome anunciado por Leite foi o do deputado federal José Stédile (PSB), que será secretário de Obras e Habitação. Formado em Economia do Trabalho e Gestão Pública, Stédile, 61 anos, também foi prefeito de Cachoeirinha entre 2001 e 2008 e é o presidente estadual de seu partido.
A atual deputado estadual Regina Becker Fortunati (PTB), 61 anos, que não conseguiu a reeleição, foi anunciada como futura comandante da pasta do Trabalho e Assistência Social. Leite destacou que ela terá como meta promover a inclusão social a partir da geração de emprego, mas ressaltou que a secretaria também ficará responsável por políticas voltadas aos animais, uma das bandeiras da ex-primeira-dama de Porto Alegre e que foi secretária dos Direitos Animais na gestão municipal de José Fortunati. Segundo ele, o pedido para que a pasta acumulasse esta área partiu da própria futura secretária. “Nós observamos que muito dos problemas relacionados a cuidados de animais também são resultado de situações de vulnerabilidade social. A condição de miserabilidade humana também expõe animais a maus-tratos”, disse o governador eleito.
Já o deputado estadual eleito Dirceu Franciscon (PTB), 54 anos, que foi apresentado como ex-secretário municipal responsável pela captação de recursos e monitoramento de obras e serviços em Canoas, na gestão do atual prefeito Luiz Carlos Busato (PTB), será o responsável pela pasta do Desenvolvimento Econômico e Turismo.
O último nome anunciado foi o de Rodrigo Lorenzoni (DEM), 39 anos, eleito deputado estadual suplente na bancada PSL-DEM e filho do deputado federal e futuro chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro, Onyx Lorenzoni (DEM). Lorenzoni, que é formado em Medicina Veterinária e teve um cargo de direção na Metroplan no governo Sartori, será o responsável pela Secretaria de Articulação e Apoio aos Municípios. Com a entrada oficial da bancada PSL-DEM no governo, Leite deverá contar com ampla maioria na Assembleia Legislativa e votos suficientes para aprovar Propostas de Emenda Constitucional (PECs), que necessitam 33 dos 55 votos da casa.
O governador eleito ainda que, no primeiro momento, optou por manter a Secretaria de Administração Penitenciária, a ser criada em seu governo, sob o guarda-chuva da Secretaria de Segurança Pública. Segundo ele, o vice-governador eleito e futuro secretário de Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior (PTB), será responsável por conduzir o processo de separação entre as secretarias e o novo secretário será anunciado após um processo de “transição mais cauteloso”.