Jaqueline Silveira
Na próxima segunda-feira (11), o senador Paulo Paim poderá selar o fim de sua trajetória dentro do Partido dos Trabalhadores (PT) depois de 30 anos de militância. Na data, ele se reúne com a Executiva Estadual do PT e com algumas figuras históricas da sigla, como o ex-governador Olívio Dutra e o ex-deputado Raul Pont, além de sindicalistas, para uma última conversa com os dirigentes gaúchos. “A possibilidade de sair é grande, mas uma partida pode mudar aos 30 minutos do segundo tempo”, desconversou Paim, sobre o resultado do encontro da segunda-feira.
Em rota de colisão com o governo federal há pelo menos um ano devido a algumas medidas adotadas pela gestão da presidente Dilma Rousseff, principalmente as que mexeram nos direitos dos trabalhadores, a tendência é o senador confirmar sua saída do PT na reunião. Ele também criticou o ajuste fiscal implantado pelo então ministro da Fazenda Joaquim Levy, que deixou o governo no final do ano, e que teve como uma das consequências o desemprego. A troca de comando na Fazenda, que hoje tem como titular o ministro Nelson Barbosa, não parece motivar Paim a mudar sua decisão em relação ao PT. Isso porque, comentou o senador, as primeiras medidas anunciadas por Barbosa centralizam nas reformas Trabalhista e Previdenciária.
Parlamentares da base aliada de Dilma, inclusive petistas, contou Paim, teriam dito que, se ele estava descontente com a política econômica implantada pelo governo, deveria de se afastar. “Eu disse que não tinha problema nenhum em sair, relatou o senador, que fez críticas públicas ao governo, desagradando o Palácio do Planalto.
Paim diz que foi convidado por “mais de uma dezena de partidos”, mas que seu destino deverá ser a Rede Sustentabilidade, de Marina Silva, ou o PSB, do ex-deputado Beto Albuquerque, caso se confirme sua saída do PT. “Eu digo que estou mais perto da Rede e do PSB”, responde o senador, sempre que é questionado sobre o futuro partido. “Mas não será do dia para noite. Pelo menos nos próximos três meses com certeza não”, conclui ele, sobre o período em que deve ficar sem filiação partidária.