A empresa de meteorologia MetSul fez um alerta, na manhã desta sexta-feira (10), para o grave risco de repique na enchente dos rios Gravataí e dos Sinos na Grande Porto Alegre. O risco decorre do alto volume de chuva previsto para ocorrer entre hoje e segunda-feira (13). A previsão é de que o repique aconteça na semana que vem.
Neste momento, os dois rios estão baixando, sendo o Sinos com maior rapidez. Entretanto, ambos devem voltar a subir na próxima semana conforme a chegada de uma nova onda de vazão provocada pela chuva dos próximos dias.
A MetSul estima que as chuvas nas duas bacias sejam de moderada a forte ao longo desta sexta (10). Em alguns locais, porém, a precipitação deve ser torrencial. No sábado (11), a previsão meteorológica é que as bacias dos rios do Sinos e Gravataí terão um dia muito chuvoso, alternando entre a intensidade moderada a torrencial.
No domingo (12), a empresa de meteorologia estima elevados volumes de chuvas na bacia de ambos os rios. Na segunda (13), por sua vez, o volume de chuvas deve ser menor e podem ocorrer momentos de melhoria no decorrer do dia.
Segundo a projeção de chuva até 9h de segunda-feira do modelo europeu WRF, os maiores acumulados previstos, de 100 mm a 200 mm, se concentram entre a Grande Porto Alegre, o Litoral Norte e o sul da Serra. É justamente entre a Serra e o Litoral Norte que estão as nascentes dos rios Gravataí e dos Sinos, nas áreas de Caraá e Santo Antônio da Patrulha. A MetSul alerta que a situação é preocupante porque os rios Sinos e o Gravataí ainda estão muito altos, assim como o Guaíba, criando um cenário de alto risco que vai de Taquara a Canoas, na bacia do Sinos, e em Gravataí, Cachoeirinha, região norte de Porto Alegre e Alvorada, no caso do Rio Gravataí.
Situação do Guaíba
Segundo avaliação de pesquisadores do Instituto de Pesquisa Hidráulicas (IPH) da UFRGS em conjunto com a empresa RHAMA Analysis, os níveis do Guaíba seguem elevados em torno de 4,73 m (10:15), comportando-se conforme previsões anteriores. “Ocorreu elevação rápida até sexta-feira, lenta no sábado, e estabilização em 5,30 m no domingo até terça-feira, iniciando recessão lenta (20 cm/dia) na quarta-feira ficando neste momento abaixo da marca de 1941. As principais preocupações seguem sendo a duração dos níveis elevados e as possibilidades de repiques em função de novas chuvas ou efeito do vento”.
Considerando todas as incertezas envolvidas e com base em análise das observações até momento, os pesquisadores desenvolveram novos cenários de previsão:
“Os cenários de previsão reafirmam cheia duradoura. Persistência da redução lenta do nível após passar a marca de 1941 (4,76 m). Mas há possibilidade de repique por efeito das chuvas previstas para a partir de hoje, podendo retornar a marca dos 5 m nos próximos dias. Caso vento sul forte se confirme, pode causar elevação adicional podendo ser maior que 20 cm. Caso as chuvas volumosas não se confirmem, tendência de redução gradual atingindo a marca de 4 m na próxima semana. Considerando ainda a elevada duração prevista e possibilidade de repiques da cheia, recomenda-se manter a atenção nas áreas de risco incluindo aquelas em que a inundação teve redução; atenção especial a população afetada”.
