O novo episódio do De Quinta, podcast de debates do Sul21, recebe Juliana Brizola (PDT). Ela fala sobre os desafios de Ciro Gomes para chegar ao segundo turno da disputa presidencial e repercute o debate entre o candidato e o humorista Gregório Duvivier. Deputada estadual pelo PDT e neta de Leonel Brizola, também comenta a desistência do presidente do Grêmio, Romildo Bolzan, de se candidatar ao governo do RS. A apresentação é de Felipe Prestes e Luciano Velleda.
A respeito da disputa do Rio Grande do Sul, Juliana lamentou a decisão de Bolzan em não aceitar o convite do partido para ser candidato a governador do Estado, destacando que os trabalhistas acreditavam que Bolzan poderia ser um nome forte na disputa.
“A gente ficou muito chateado dentro do partido, porque internamente a gente vinha trabalhando já há dois anos com essa possibilidade. Todos os nossos movimentos no Estado eram em ter a candidatura do Romildo, que a gente entendia furava um pouco essa bolha, transitava num caminho do meio. O Romildo não é uma pessoa do futebol que viria pra política, ao contrário, ele era alguém da política que foi para o futebol. E a gente pensava, assim como a gente entende o Ciro Gomes, que ele seria uma alternativa ao povo gaúcho, mas por um caminho do meio, de centro-esquerda. Mas, enfim, a gente não tem muita saída, tem que compreender o momento dele. A gente sabe que assim como existe a bolha da política também existe a bolha do futebol, e que talvez seja pior até do que a política e ele estava muito absorvido ali dentro daquela bolha”, disse.
A pedetista também falou amplamente sobre o cenário nacional, afirmando que ainda acredita que Ciro Gomes poderá crescer na disputa pela presidência. “Nós temos muita esperança de que as pessoas vão acordar, no sentido de que tem um outro caminho que não sejam só esses dois. Porque o que eu vejo na polarização de ruim é que muitas vezes o voto da pessoa nem sempre é um voto por gostar e concordar totalmente com aquela candidatura, mas por exclusão. Eu vou votar no Lula, porque eu não quero mais o Bolsonaro, e eu vou votar no Bolsonaro porque eu não quero o Lula. Então, não acho que seja um voto extremamente consciente”, argumenta.
Juliana também fez uma avaliação sobre o debate recente que Ciro Gomes teve com o humorista Gregório Duvivier, episódio que teve grande repercussão nas redes sociais. “Olha eu enxergo que ele estava debatendo, independente de quem seja, se é um comediante, se é um médico, se é um jornalista, o Ciro está aberto para debater com todos aqueles que se disponham debater. Muitas vezes isso isso te leva a uma exposição que pode ser negativa, por isso esse medo tanto do Bolsonaro, como do Lula, também de ir para um debate mais aberto como o Ciro tá fazendo. Porque eles também, de uma forma de outra, iriam estar se expondo, não é? Quando tu te dispõe a ir para um debate, isso é algo que tu sempre tem que levar em conta, que tem uma exposição, que pode ser positiva, pode ser negativa. Para alguns negativa, para outros positiva, é difícil agradar todo mundo, não é? Mas eu não acho que ele errou indo para o debate, eu acho que toda vez que ele tiver a oportunidade de debater, de mostrar porque ele não está apoiando Lula, porque ele critica tanto o Bolsonaro, o que que ele pensa para o Brasil, como é que ele pensa em fazer todos esses rompimentos econômicos que ele diz que vai fazer, como é que ele resgatou a educação pública do Ceará, é uma oportunidade que ele tem. É claro que ali, eu acompanhei a conversa, a gente viu que ele, o comediante, já veio pro debate um pouco magoado, não veio pra conversar sobre o projeto, e eu acho que o Ciro foi para o debate pensando que eles iam debater o projeto. Mas eu acho que todo debate é válido, a pessoa quando escolhe esse caminho de vida pública não tem esse direito de se negar ao debate”, afirmou.
Confira a íntegra da conversa nas plataformas abaixo:
