Opinião
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3 de agosto de 2023
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11:27

O triste fim da Harmonia (por Jairo Menegaz)

Máquinas no Parque Harmonia tiveram que parar as obras na última segunda-feira. Foto: Luiza Castro/Sul21
Máquinas no Parque Harmonia tiveram que parar as obras na última segunda-feira. Foto: Luiza Castro/Sul21

Jairo Menegaz (*)

A paz e a Harmonia da orla do Guaíba está seriamente ameaçada. A construção de um parque temático com uma Roda Gigante com mais de 80 metros de altura irá comprometer seriamente o usufruto de nosso orla.

O projeto deste Parque temático é resultante de um conjunto de ilegalidades praticadas dentro do próprio legislativo municipal que, de forma inconstitucional, reduziu as obrigações de licenciamento e implantou processos que ainda estão em votação no senado e que interpretou de forma incorreta a lei de licitações e concessões de áreas públicas.

O Parque temático projetado trará um fluxo de pessoas, ônibus e carros, poluições e ruídos, que significará uma mudança radical nas características da região, transformando um lugar hoje pacífico e tranquilo, onde o principal atrativo é a natureza e o pôr do sol, que é usufruído por homens, mulheres, jovens, velhos e crianças de todas as categorias sociais, num lugar conturbado e poluído sonora e atmosfericamente, onde os piqueniques e brincadeiras de crianças em meio a natureza, árvores e mesmo com bicicletas, triciclos nas ruas da avenida serão proibitivos e pelo adensamento de pessoas.

Se transformará numa versão do Beto Carreiro, num shopping privado, num estacionamento com receitas milionárias em um dos melhores pontos da cidade.

Parque Harmonia, Parque da Redenção e Parque Marinha: Deixam de ser locais de usufruto da natureza e passam a ser pontos comerciais.

Sebastião Melo é um prefeito a serviço do Deus mercado… Faz a defesa de que o comércio e a busca do lucro são preponderantes em relação à natureza. No futuro que ele defende os parque se  transformarão em um lugar sem vida, e sem  lucro para os pequenos comerciantes e lucros e privilégios econômicos fabulosos e ilegais, para um único grupo.

(*) Analista Ambiental, especialista em Gestão Ambiental e Ordenamento Territorial

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21


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