Opinião
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12 de julho de 2023
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13:55

Wladimir Pomar e ‘O Enigma Chinês’ (por Milton Pomar)

Divulgação
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Milton Pomar (*)

Autor de “O Enigma Chinês – Capitalismo ou Socialismo” (1987) e muitos outros livros, artigos, palestras e cursos sobre a China, o jornalista e escritor Wladimir Pomar completaria 87 anos de idade dia 14 de julho, data na qual será homenageado, a partir das 19h, na sede do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. O evento será transmitido online

Em maio, Wladimir planejava voltar à China no segundo semestre, e comentava animado sobre a expansão do transporte ferroviário em todo o território chinês, como um dos aspectos importantes a serem destacados no livro de fotos que estamos preparando. Para ele, engenheiro de locomotivas no início de sua vida profissional, o que fizeram no Brasil com as ferrovias, desde os anos 1960, é um “crime continuado”, porque não há como um país dessas dimensões se desenvolver sem uma grande malha ferroviária.

Falecido dia 9 de junho de 2023, aos 86 anos de idade, Wladimir tinha 20 anos quando Pedro Pomar, seu pai, foi à China pela primeira vez, em 1956. É possível que o seu interesse pelo país tenha surgido aí. Após a primeira visita, em 1981, e, seis anos depois, a publicação do livro sobre a China, Wladimir não parou mais de pesquisar e escrever a respeito – o texto mais recente saiu publicado no livro “China contemporânea – Seis interpretações”, da Autêntica Editora, lançado em julho de 2021. 

Publicou ainda “China, o dragão do Século XXI”, “China – Desfazendo mitos”, e “A Revolução Chinesa. Em 2014 atualizou “O Enigma Chinês – Capitalismo ou Socialismo”, acrescentando-lhe substancioso prefácio – essa segunda edição, publicada no início de 2015, encontra-se disponível para download gratuito no site da editora

Motivado por ele, fui à China em 1997, morei em Beijing em 2007, e trabalhamos juntos quase 20 anos em vários projetos relacionados com a China. Naquela época tudo era muito mais difícil, lá e cá, por desconhecimento recíproco e preconceito ideológico do lado brasileiro.

Apesar disso, Wladimir e sua pequena equipe, além dos trabalhos de consultoria, fizeram muito pela divulgação dos dois países: palestras sobre o Brasil nas 50 maiores cidades chinesas e sobre a China nas capitais e outras grandes cidades brasileiras; duas exposições (em 2004 e 2006) do Brasil em Beijing; as revistas “Negócios com a China”, em 2005, e “Negócios com o Brasil” (essa totalmente em mandarim, impressa lá), de 2008 a 2013; preparação e acompanhamento de várias comitivas empresariais e governamentais, brasileiras e chinesas, em visitas e reuniões em feiras e outros eventos, indústrias, portos, áreas agrícolas e de criações, universidades, instituições de pesquisas e governos; e o irmanamento de cidades e províncias e estados, como nos casos de Shaoxing e Belém, Bengbu e Barra Mansa, Linyi e Feira de Santana, Deyang e Camaçari, Sichuan e o Pará e Hubei e o Rio Grande do Sul. 

(*) Professor, geógrafo, mestre em “Estado, Governo e Políticas Públicas”.

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21


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