Opinião
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10 de maio de 2023
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14:35

Frente parlamentar mista antirracismo (por Paulo Paim)

Senador Paulo Paim (PT/RS) (Foto: Pedro Franca/Agência Senado)
Senador Paulo Paim (PT/RS) (Foto: Pedro Franca/Agência Senado)

Paulo Paim (*)

O Brasil atravessou, num passado recente, um momento de obscurantismo, talvez por isso a perversidade do racismo se potencializa e se torna cada vez mais cruel. Nesse contexto, o Congresso instalou recentemente a Frente Parlamentar Mista Antirracismo.

A todo minuto, deparamos com os incontáveis tipos de crimes de racismo, seja por discriminação, preconceito, origem, raça, sexo, cor, idade. Tristeza e revolta são constantes em cada canto deste imenso Brasil.

Convivemos com as mais diversas formas de violência, seja contra negros, crianças, jovens, idosos, pessoas com deficiência, migrantes, refugiados, indígenas, mulheres, LBGTQIA+ e outras maiorias minorizadas.

Essas violências são reais e cruéis a cada abordagem policial, na falta de acesso à saúde, à água potável, ao esgoto, à moradia digna, à educação, ao esporte e lazer; na falta de acesso ao trabalho decente, ao salário digno e a tantos direitos e garantias fundamentais determinados pela nossa Constituição cidadã.

O Senado e a Câmara não são insensíveis a essa triste realidade. Criamos a frente composta por mais de 150 parlamentares prontos para atuar ativamente.

A ideia veio dos encontros com os movimentos negros do Brasil, com a importante presença da ex-ministra Nilma Lino Gomes. Dessa forma, apresentamos um projeto de resolução que deu início à frente.

Ela tem por finalidades promover debates e iniciativas a respeito de políticas públicas e outras medidas que busquem efetivar a igualdade racial prevista na Constituição, contando com a participação dos mais diversos segmentos da sociedade. Também deve acompanhar e defender políticas e ações que envolvam o combate ao racismo e à desigualdade racial, em âmbito nacional e internacional.

Sou coordenador da frente no Senado e a senadora Zenaide Maia, vice-coordenadora. Na Câmara, a deputada Dandara Tonantzin é a coordenadora e tem como vice a deputada Carol Dartora.

Temos imensos desafios. A frente poderá juntar esforços no Congresso Nacional e na sociedade civil. O caminho é longo, mas sabemos da nossa responsabilidade e do nosso compromisso diário. Peço a sua ajuda: não seja indiferente, denuncie o racismo. De mãos dadas, podemos avançar. Angela Davis nos mostra o caminho: “Não basta não ser racista, é preciso ser antirracista”.

(*) Senador Paulo Paim (PT/RS)

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21


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