Opinião
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14 de novembro de 2022
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09:35

As plataformas digitais estão em crise? (por Rosângela Benetti Almeida)

Foto: Joana Berwanger/Sul21
Foto: Joana Berwanger/Sul21

Rosângela Benetti Almeida (*)

“O espírito humano precisa prevalecer sobre a tecnologia” – Albert Einstein.

– Meta demite 11 mil funcionários, confirma Zuckerberg;

– Twitter demitiu 50% dos funcionários após ser adquirido por Elon Musk, diz executivo;

– Google demite funcionários e reduz pela metade projetos de pesquisa e desenvolvimento;

– Microsoft demite milhares de funcionários em vários países;

– TikTok pausa (SIC) novas contratações e deve fazer demissões ao redor do mundo;

– SHOPEE demite dezenas de colaboradores (sic) antes de começarem a trabalhar;

– Alibaba demite 10 mil funcionários em três meses;

– Orkut: fundador retoma site e garante novidades na rede social.

A lista de manchetes é bem mais extensa. Você lê na pressa e toca o dia adiante, não é assim?

Vimos algum comentário mais profundo sobre o tema, alguém alertou para uma possível crise?

São tantas as coisas, são tantas as tarefas que tudo se torna difícil compreender, caso não se pare um tempinho e se faça alguma reflexão. Afinal, aprender com a possibilidade da “learnability”.

Já em fevereiro deste ano lemos: “Meta, dona do Facebook, perde mais de US$ 200 bi em valor de mercado e leva maior tombo da história dos EUA”.

Em 27 de outubro passado, lemos que a “Meta sai das 20 maiores do mundo com perda de valor de US$ 670 bilhões”.

E a nota vai mais longe ainda: “As ações da Meta afundaram até 25% no início dos negócios depois que o gigante de tecnologia assustou os investidores com gastos crescentes para financiar sua versão de realidade virtual”; isto é, com o duvidoso Metaverso. Algo que tive a oportunidade de chamar a atenção há mais de um ano atrás.

O mais incrível é que a Shopee fala em demissão de “colaboradores” antes de começarem a trabalhar. A linguagem imprecisa e equivocada é uma “regra” como diz o Tik Tok que vai “pausar” as contratações, ora, vai sustar, esta é a palavra. O termo até pode ser da mídia que deu a nota.

Ellon Musk tanto fez que conseguiu comprar o twitter e mandou demitir a metade de seus trabalhadores.

Vejam que o desaparecido ORKUT poderá voltar, como anuncia o seu inventor, será? Estaria numa outra onda.

O Telegram tão combatido parece não estar em crise. Seria por causa de seus expedientes tidos como “escusos” por certos analistas? Afinal, os crimes se dão muito nas “deep webs”.

Não sou especialista da área de tecnologia da informação e comunicação (TIC), algo que alertei ao escreveu meu livro “Mundo 4.0 – consumo, trabalho e internet”, 2022, Editora Documenta.

Sou uma advogada militante da área do mundo do trabalho e do digital, por isso que me tomo a pensar sobre as manchetes que citei.

As notícias que expus são todas recentes. Todas. Será uma crise? O que tem os especialistas nas TICs, na economia a nos dizer?

Estamos na Quarta revolução Industrial, com “máquinas inteligentes”, com plataformas que fazem serviços que até ontem eram feitos por pessoas.  

Com a Internet das Coisas (IoT), com a hiperconectividade, com o uso desenfreado de plataformas vai aumentar o exército de reserva de mão de obra até para aqueles setores mais aquinhoados até aqui? 

O que parece aos operadores do direito estas questões diante da tão propalada discussão acerca da inteligência artificial no sistema judiciário.

Alguém arriscaria opinar como será a inteligência artificial poderá “auxiliando” nas decisões judicial vendo as notícias de demissões em massa?

As informações devem ser usadas com habilidade, para aprender, para mudar rumos, para pode servir e melhorar as condições de existência da Humanidade.

(*) Advogada especializada em Direito Digital

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21


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