Opinião
|
25 de março de 2022
|
16:41

Porque Lula e Alckmin (por Paulo Paim)

Senador Paulo Paim (PT/RS) (Foto: Pedro Franca/Agência Senado)
Senador Paulo Paim (PT/RS) (Foto: Pedro Franca/Agência Senado)

Paulo Paim (*)

O mais importante, neste momento, é juntarmos todas as forças democráticas, progressistas e populares para ensejarmos um grande movimento de retorno à prosperidade, à dignidade humana, ao crescimento e ao desenvolvimento do país.

É chegada a hora de deixarmos as nossas mágoas para trás e olharmos para frente, ao longe, e entendermos que a complexidade do atual cenário requer muita sabedoria e consciência. Ninguém chega a lugar algum sozinho.

Isso não significa abdicar das ideologias, convicções partidárias ou compreensão da vida. Pelo contrário, elas só tendem a se fortalecer, pois, como diz o adágio “quando as raízes são profundas, não há razão para ter receio do vento”.

Em 1986, em uma entrevista para uma rede de televisão, Luís Carlos Prestes foi perguntado por que apoiou Getúlio Vargas, o mesmo que o levou à prisão e que deportou a sua companheira Olga Benário para a Alemanha. Eis a resposta:

“O fundamental era nos voltarmos para o inimigo principal da humanidade, o nazismo. Getúlio levou os nossos pracinhas à Itália. Eu não faço política baseado nos meus ressentimentos pessoais, eu faço política baseado nos interesses do povo”.

Exemplo também de lucidez foi a Frente Ampla, criada em 1966, que uniu Carlos Lacerda, notório conservador de direita, com Juscelino Kubitschek e João Goulart, políticos de centro-esquerda. Ela pregava a volta da democracia. O adversário era a ditadura da época.

O Brasil atravessa uma enorme crise política, fomentada por discursos de ódio e de violência, recheados de discriminação e de racismo, de perseguição a adversários, de fake news e situações condenatórias manipuladas em powerpoints.

A taxa de desemprego é avassaladora. Milhões perambulam pelas ruas na triste sina de receber um “não”. Isso dói, faz a alma sangrar, a autoestima se desmancha. Voltamos ao mapa da fome. Não há nada mais triste do que uma criança chorando por estar com a barriga vazia.

A inflação corrói o salário do trabalhador. Em 2021, o acumulado foi de 10,06%. Uma cesta básica para uma família já consome 60% do salário mínimo. A saúde e a educação, bases do princípio do desenvolvimento, sofrem a duras penas a falta de investimentos.

Projetos de lei e diretrizes governamentais atacam os direitos da nossa gente, penalizam os trabalhadores, os povos indígenas, as mulheres, os negros. Cada vez mais desrespeitam as diversidades e as diferenças. Viramos um país de insultos.

O que dizer sobre tudo isso? Ficarmos calados e seguirmos a inépcia do “cada um por si e deus por todos”? Seria uma estupidez e uma desinteligência, o que é reservada somente àqueles que só pensam em si e no seu lado, em seus grupos.

A conjuntura atual exige desprendimento, altivez, altruísmo, o olhar ao todo. Que o egoísmo, que está em cada um de nós, dê lugar ao amor ao próximo, a um governo que seja para todos, na exata medida da felicidade coletiva.

Uma chapa com Lula e Alckmin – uma Frente Ampla pelo Brasil – é a única possibilidade de resgatarmos o projeto de nação que foi tirado do povo brasileiro. É como o fogo de um braseiro que aguarda o assopro coletivo dos brasileiros para levantar suas chamas.

(*) Senador Paulo Paim (PT/RS)

§§§

As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora