Opinião
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24 de março de 2022
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10:37

A Corsan ainda é pública (por Sindiágua-RS)

Arilson Wünsch, presidente do Sindiágua/RS (Divulgação)
Arilson Wünsch, presidente do Sindiágua/RS (Divulgação)

Sindiágua-RS (*)

O Sindiágua/RS se soma ao movimento de deputados estaduais de várias bancadas na busca de assinaturas para a instalação de uma CPI para elucidar possíveis fatos nebulosos que envolveram a privatização da CEEE-Distribuidora, arrematada por preço aviltante pela Equatorial Energia há menos de um ano. A entidade Sindical alerta a sociedade e os parlamentares gaúchos que a Corsan ainda é pública e que falta transparência do Governo Estadual no processo de privatização.

 “Aproveitamos esse importante movimento na Assembleia gaúcha para reforçar que o governo estadual prossegue com atividades intensivas para entregar o saneamento com pouca transparência nos procedimentos. Ainda há tempo de evitar a privatização da água em muitos municípios, diferente da energia elétrica, que já foi entregue à exploração privada e mostra seus danos”, enfatiza o presidente do Sindiágua, Arilson Wünsch.

  A falta de nitidez da direção da estatal são apontados pelo Fórum em Defesa da Água e do Saneamento. Entre eles, o pagamento de altos valores em recursos públicos em contratações milionárias – sem licitação – de advogados, consultorias e assessoria pela Corsan visando a apressar a entrega do controle acionário da estatal ao mercado.

 O dirigente adianta que tanto o parecer emitido pela Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs) confirma e avaliza que a  Corsan apresenta equilíbrio econômico-financeiro, assim como o estudo técnico do Fórum comprovando que a estatal tem todas as condições para atingir as metas de universalização de esgotamento sanitário prevista na Lei 14.026/20, sem precisar de recursos privados.

  Com base em documentos da própria Corsan, o Fórum explicita que em quatro anos o governo estadual não se habilitou a nenhum financiamento para investir em esgoto.  O documento emitido ainda aponta que gestor estadual não apresentou o Plano Estadual de Saneamento.

  Arilson destaca que ao mesmo tempo que o parecer da Agergs confirma a musculatura financeira da estatal, contraditoriamente recomenda sua venda. “São motivos fortíssimos para aprofundar investigações. Os gaúchos precisam de gestores comprometidos com serviços públicos de qualidade e não de leiloeiros do patrimônio coletivo para atender interesses políticos pessoais que prejudicam a comunidade”, finaliza o documento enviado para a categoria em todo o estado.

(*) Sindiágua-RS

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


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