Opinião
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14 de julho de 2021
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14:15

Flexibilizar o Mercosul é uma agressão à paz regional e aos mais pobres (por Quintino Severo)

(Foto: Pixabay)
(Foto: Pixabay)

Quintino Severo (*)

Durante o recente encontro de chefes de estado do Mercosul, os presidentes do Brasil e Uruguai retomaram a retórica neoliberal de “modernizar o Mercosul”, “flexibilizar regras”, “abandonar o princípio do consenso nas decisões”, e ainda “reduzir a Tarifa Externa Comum”.

Na prática, essas propostas rompem definitivamente com o princípio da União Aduaneira (manter tarifas iguais entre países membros, a fim de encarecer a importação de produtos de países extrabloco) e será o fim do Mercosul.

Essa aventura neoliberal de Bolsonaro (Brasil) e Lacalle Poul (Uruguai) irá custar empregos na indústria que já sofre com um agressivo processo de desindustrialização e ampliará fortemente as desigualdades em uma região marcada pela pobreza e, principalmente, representa a mais séria ameaça contra a paz na região.

Ao se jogar nos braços dos Estados Unidos e União Europeia, com medo da competitividade da China, os presidentes do Brasil e Uruguai apostam na destruição do Mercosul, ao invés de fortalecer e potencializar nosso bloco de países para interagir com a economia global em condições mais favoráveis ao nosso povo.

Devemos defender o Mercosul como União Aduaneira, mas que também seja um agente de promoção da Livre Circulação de Pessoas, da Integração Produtiva, Científica e Tecnológica, capaz de agregar outros países da região como Bolívia, Venezuela e Chile, e assim se convertendo em um projeto de promoção da PAZ e redução das desigualdades.

(*) Secretário adjunto de Relações Internacionais da CUT

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


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