Por Mara Telles
Aos interessados nos efeitos da técnica de “ataques”: neste caso, pode ser observado o chamado “efeito bumerangue” – tido como uma das consequências dos ataques. Trocando em muitos miúdos, o feitiçopode virar contra o feiticeiro. Por isso, os ataques nem sempre são viscerais – podem ocorrer por comparação, associação de imagens e políticos.
No caso do Serra e a tática da “campanha do Receita Gate”, vale a pena conferir o resultado: quanto mais Serra bate, mais é ele quem apanha.
Agora, vamos observar quais serão os próximos passos da campanha. Evidentemente, o esperado era o de fragilizar o eleitor “soft” da Dilma – o que seria uma possibilidade real. Foi feito o teste, mas, isso não ocorreu. Ao contrário, Dilma subiu e Serra caiu além da margem de erro.
Observar os efeitos das retóricas nas campanhas é bem interessante, para aqueles que estudam o tema: vejam o tracking de hoje
Mais que penetrar no eleitorado “lulista”, o efeito tem sido o de reforçar a decisão deste eleitorado; na medida em que a campanha se escandaliza, o eleitor foge do Serra – porque em sua percepção, esta estratégia é de “perdedor desesperado”
A ver os próximos passos e o que passará. Mudarão a retórica ou insistirão na agenda da escandalização? Pelo visto, a campanha de Dilma tem estimulado, na TV, a euforia, além de se ofender – o que é uma tática de defesa. Mas, Lula se defende atacando os tucanos. Mas, isso, somente nos palanques. Nada de campanha suja na TV. Ponto para eles. Se não subiram muito, também não perderam pontos conquistados.