Da Redação
Morreu neste domingo (2) o historiador e ativista político Universindo Rodríguez Diaz, 60 anos, sequestrado em Porto Alegre pela Operação Condor em novembro de 1978. Universindo sofria de mieloma múltiplo, um tipo de câncer incurável na medula – situação noticiada pelo Sul21 em janeiro deste ano.
Militante do PVP (Partido por la Victoria del Pueblo), Universindo foi detido em Porto Alegre no dia 12 de novembro de 1978, junto da companheira Lilián Celiberti e dos dois filhos dela, Camilo e Francesca. Sua prisão foi parte de uma missão binacional da Operação Condor, com militares uruguaios atuando ilegalmente no RS com a cumplicidade do DOPS, polícia política do regime militar brasileiro. Universindo foi torturado no Palácio da Polícia em Porro Alegre, e sofreu mais violências ao chegar no Uruguai, que o deixaram com sequelas permanentes nos joelhos. O sequestro, investigado à época pelo jornalista Luiz Cláudio Cunha, tornou-se célebre por provar a existência de cooperação entre as ditaduras da América do Sul para prisão e tortura de perseguidos políticos. O caso foi reaberto pela Justiça uruguaia no primeiro semestre deste ano.
Após os tempos de ditadura, Universindo Diaz passou a atuar como historiador, trabalhando como chefe do Departamento de Investigação Histórica da Biblioteca Nacional do Uruguai. Universindo deixa um filho, Carlos Iván, de seu casamento com a ex-esposa Ivonne Trías.
Com informações de La Republica (Uruguai)