A vacinação dos adolescentes contra a covid-19 está mantida no Rio Grande do Sul. A decisão foi tomada nesta terça-feira (21), em reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), que reúne a Secretaria Estadual da Saúde (SES) e o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems/RS). Os adolescentes são um dos públicos a serem atendidos com mais de um milhão de doses de Pfizer, AstraZeneca e CoronaVac que serão distribuídas pelo governo estadual nesta quarta-feira (22) a todos municípios. As planilhas com as quantidades exatas de doses por município estão sendo produzidas.
“Importante destacar que só a Pfizer está autorizada para os adolescentes, e somente vacinas dessa marca estão sendo distribuídas para esse público”, enfatiza a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann.
Com isso, os gestores da área da saúde do RS decidiram não seguir a orientação dada semana passada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de suspender a imunização dos adolescentes. A recomendação do governo federal foi duramente criticada por médicos e pesquisadores pela falta de justificativas. O uso da vacina da Pfizer em jovens de 12 a 17 anos está autorizado pela Anvisa desde junho.
“Temos a validação da Anvisa que autoriza a imunização dessa população entre 12 e 17 anos, assim como observamos o cenário internacional onde o mesmo acontece”, explicou Maicon Lemos, secretário de saúde de Canoas e presidente do Cosems/RS, reforçando o posicionamento conjunto dos municípios e Estado na defesa pelo avanço da vacinação dos adolescentes com a Pfizer.
A proposta aprovada com a representação dos municípios gaúchos foi de destinar 350 mil doses dessa remessa para primeiras doses, incluindo cerca de 165 mil de vacinas da Pfizer para cobrir a totalidade da faixa dos 17 anos e 58% da faixa dos 16 anos. O governo estadual explica que essas idades podem variar de cidade para cidade conforme o avanço da campanha e a disponibilidade de doses.
Outras 38,5 mil doses serão distribuídas para atender a dose de reforço dos idosos que fizeram a segunda dose até 25 de março, contemplando o prazo de seis meses entre as duas. Há ainda a destinação de aproximadamente 620 mil doses para a segunda dose de pessoas com mais de 18 anos, somando as três fabricantes. Com isso, segundo a Secretária Estadual da Saúde, se completam as doses necessárias para todo o público adulto vacinável no RS.
O cálculo das doses da Pfizer nessa nova remessa de vacinas distribuídas para os municípios gaúchos já contempla a mudança no prazo de segunda dose, que passou para oito semanas (56 dias).
O início do registro no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) das doses de reforço e adicionais contra a covid-19 também foi debatido na reunião desta terça-feira. De acordo com o governo estadual, o suporte a esse tipo de informação passou a ser disponibilizado na atualização do sistema que entrou no ar nesta segunda-feira (20). Doses de reforço são as vacinas aplicadas em idosos, e doses adicionais são as vacinas (de reforço) para o público de imunossuprimidos.
A orientação é que os municípios recuperam os registros paralelos (manuais ou em outros sistemas) que foram aplicados nos últimos dias para digitar ou exportar para o SI-PNI. Após a entrada desses dados, nos próximos dias o painel da vacinação da Secretaria Estadual da Saúde deverá contar com essa nova informação aberta para consulta.
