Saúde
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17 de janeiro de 2024
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19:18

Com falta de água e luz, temporal afeta serviços de saúde da Capital

Por
Sul 21
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O dia na Capital foi de lidar com os prejuízos da forte tempestade da noite de terça (16).  Foto: Pedro Piegas/PMPA
O dia na Capital foi de lidar com os prejuízos da forte tempestade da noite de terça (16). Foto: Pedro Piegas/PMPA

Mais de 80 unidades de saúde de Porto Alegre foram afetadas pela tempestade da noite de terça-feira (16) e precisaram fechar as portas no meio da tarde desta quarta (17). Alagamentos, destelhamento, falta de energia, água, telefone ou internet foram algumas das consequências do temporal e que acabaram restringindo o serviço.

As 16 unidades de saúde que atendem até as 22h, assim como a farmácia distrital da Restinga, encerram o expediente excepcionalmente às 19h. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informa seguir realizando o levantamento dos danos em cada local de forma a organizar a contingência de cada um.

Serviços de urgência e emergência também registram medidas de contingência junto ao poder público. Dos hospitais de Porto Alegre, o mais afetado foi o São Lucas da PUC, com destelhamento em três andares e avarias, além de alagamentos na emergência e no Centro Diagnóstico por Imagem. Os dez leitos que atendem o Sistema Único de Saúde (SUS) estão temporariamente inutilizados.

Em função do volume de água, o Hospital de Pronto Socorro (HPS) foi afetado com retorno da rede de esgoto, causando alagamentos na emergência e no 5º andar. Segundo a SMS, o hospital segue sem energia elétrica, funcionando com gerador, mas sem prejuízo aos pacientes.

A ventania da noite de terça-feira também deixou vidros quebrados do auditório do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, além de pontos de alagamentos. Apesar dos estragos, a parte assistencial não foi prejudicada.

O Instituto de Cardiologia, Hospital Vila Nova, Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (PACS) e Pronto Atendimento em Saúde Mental (PESM) IAPI e Santa Casa ainda estão sem energia elétrica e registram pontos de alagamento. O Hospital Independência e PACS também estão sem água.

O temporal que atingiu parte do Rio Grande do Sul destelhou o principal hospital de São Vicente do Sul, na microrregião de Santa Maria, a cerca de 378 quilômetros de Porto Alegre.

Segundo a prefeitura, o Hospital Municipal São Vicente Ferrer sofreu “grandes danos” estruturais e precisou ser interditado. De acordo com funcionários ouvidos pela reportagem da Agência Brasil, com o destelhamento, equipamentos eletrônicos foram danificados e o fornecimento de energia elétrica interrompido. As alas mais atingidas foram a área de internação e o setor de exames de raio-x.

Ao menos três pacientes tiveram que ser transferidos para o hospital da cidade vizinha, Mata, a apenas 30 quilômetros de distância. Durante o processo, um quarto paciente, um idoso cujo nome não foi divulgado e que seria transferido para Santa Maria, a 90 quilômetros, passou mal e morreu.

De acordo com os funcionários, o homem estava em tratamento contra um câncer e vinha passando mal desde antes do início da chuva. Seu quadro piorou e ele morreu dentro da ambulância em que seria transportado sob os cuidados de uma equipe médica.

Na manhã desta quarta-feira, o prefeito de São Vicente do Sul, Fernando Pahim, e o vice-prefeito, Luiz Antônio Ferreira dos Santos, se reuniram com o governador Eduardo Leite, que prometeu o apoio necessário para a prefeitura consertar os danos causados pelos ventos de até 115 km/h e pela chuva.

“Logo mais, a secretária [estadual] de Saúde, Arita Bergmann, vai receber o prefeito para encaminhar um convênio para ajudar no restabelecimento do telhado do hospital, que foi mais afetado, e restabelecer, o quanto antes, a normalidade em São Vicente do Sul, inclusive nos atendimentos hospitalares”, garantiu o governador Eduardo Leite.

Em nota, a secretária Arita Bergmann assegurou que o governo estadual prestará auxílio não só para que a prefeitura recupere o telhado do hospital, como também para substituir os equipamentos eletrônicos hospitalares danificados, inclusive nas UBS.

Conforme a Agência Brasil noticiou mais cedo, o temporal que atingiu o Rio Grande do Sul causou ao menos uma morte, na cidade de Cachoeirinha, na região metropolitana de Porto Alegre, e deixou milhares de pessoas sem energia elétrica em todo o estado, com o consequente risco de faltar água. Só na capital do estado, onde cinco das seis estações de tratamento de água foram afetadas, a prefeitura estima que cerca de 1,2 milhão de pessoas podem ficar sem água se os serviços não forem rapidamente restaurados.

De acordo com a Defesa Civil estadual, até as 14h desta quarta-feira, 39 cidades já tinham comunicado danos ou ocorrências relacionadas às chuvas e ventos fortes. O órgão calcula que ao menos 4.840 pessoas foram diretamente afetadas em todo o estado.

A Defesa Civil estadual alerta para a possibilidade de novos temporais atingirem parte do estado nesta quarta-feira e quinta-feira (18). “Ainda tem previsão de bastante chuva no norte do estado. Ao longo da tarde, a instabilidade vai novamente ganhar força. Mais para o final do dia, podem ocorrer novos temporais, a exemplo do que ocorreu na noite passada. Então, toda a região que compreende Porto Alegre, região metropolitana, litoral norte e partes também dos vales ainda podem registrar chuvas intensas e ventos fortes, principalmente ao final do dia, durante a noite e na próxima madrugada”, detalhou a meteorologista da Sala de Situação do Estado Cátia Valente, em nota divulgada pelo governo gaúcho.

“Com volumes acumulados de chuva, pode haver uma resposta hidrológica ao longo do dia de hoje [quarta-feira] e amanhã [quinta-feira], principalmente no Rio Caí, no litoral norte e no Vale do Paranhana, que compreende Caraá e Santo Antônio da Patrulha”, disse a meteorologista.

Com informações da Agência Brasil


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