Saúde
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3 de novembro de 2022
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19:27

Abaixo da meta: Campanha de vacinação contra a pólio no RS termina com 78% de cobertura

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Sul 21
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Com apenas 48% de cobertura, Porto Alegre está entre as cidades que não alcançaram a meta de vacinação. Foto: Cristine Rochol/PMPA
Com apenas 48% de cobertura, Porto Alegre está entre as cidades que não alcançaram a meta de vacinação. Foto: Cristine Rochol/PMPA

O Rio Grande do Sul teve 78,07% de cobertura vacinal na Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, encerrada no último dia 22, conforme dados informados pelos municípios até a data limite de 31 de outubro. O percentual é bem abaixo da meta de 95% de imunização das crianças com até quatro anos de idade, porém um pouco acima da média nacional, que foi de 72,57%.

No Estado, 327 municípios atingiram a meta de imunização contra a poliomielite, enquanto outros 170 municípios não alcançaram o objetivo. Mesmo com o fim da campanha, a vacinação pode ser feita nos serviços de saúde municipais, segundo o calendário vacinal vigente.

Ao todo, foram aplicadas 432.372 doses de vacina contra a poliomielite no RS durante o período da campanha. Uruguaiana, Bagé Bento Gonçalves, Erechim, Lajeado, Santana do Livramento, Santo Ângelo, Santa Rosa, Campo Bom, Parobé e Camaquã são os municípios com mais doses aplicadas e que atingiram a meta.

Em sentido contrário, há 37 municípios com cobertura vacinal abaixo de 70%, entre eles Porto Alegre, com apenas 48,11% das crianças com até quatro anos de idade.

Conforme a especialista Adriana Zanon, do Núcleo de Imunizações do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), a importância de manter as coberturas vacinais adequadas (acima de 95%) contra a poliomielite é a busca de um território seguro para a não reintrodução do vírus.

Segundo ela, o Brasil registrou no final dos anos de 1980 o seu último caso de pólio e vem, ao longo das décadas, desempenhando um bom papel na busca de coberturas vacinais. Todavia, desde 2015, tem-se observado um decréscimo nas coberturas vacinais da pólio e de outras vacinas.

“Isso faz com que a gente tenha grupos de bolsões de suscetíveis, ou seja, se houver a reintrodução do vírus, nós teremos em função dessas baixas coberturas a possibilidade da circulação do vírus e do reaparecimento de casos”, explica.

Ainda hoje há dois países no mundo com circulação do vírus: Afeganistão e o Paquistão. Neste ano, houve um caso confirmado nos Estados Unidos. Um estudo recente da Organização Pan-Americana da Saúde e do Ministério da Saúde apontou o Rio Grande do Sul como um local com risco de reintrodução do vírus.


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