Saúde
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17 de dezembro de 2021
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11:34

Bolsonaro quer expor nomes dos profissionais da Anvisa que aprovaram vacina para crianças

Por
Sul 21
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em mais uma demonstração de discurso contra as vacinas, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse querer expor os nomes dos membros da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) responsáveis pela aprovação da vacina da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos de idade. 

“Eu pedi extraoficialmente o nome das pessoas que aprovaram a vacina para 5 a 11 anos. Nós queremos divulgar o nome dessas pessoas”, afirmou Bolsonaro, durante sua live semanal de quinta-feira à noite por rede social. 

“A responsabilidade é de cada um. Mas agora mexe com as crianças, então quem é responsável por olhar as crianças é você, pai. Eu tenho uma filha de 11 anos de idade e vou estudar com a minha esposa bastante isso aqui”, declarou, e insistiu na ideia de expor os profissionais. “Não sei se são os diretores e o presidente (da Anvisa, Antonio Barra Torres) que chegaram a essa conclusão ou se foi o tal do corpo técnico. Mas seja como for, você tem o direito de saber o nome das pessoas que aprovaram (a vacina) para o seu filho a partir de 5 anos. E você decida se compensa ou não.” 

Gustavo Mendes, gerente-geral de Medicamentos da Anvisa, falou hoje (17) sobre a intenção do presidente da República. Em entrevista ao UOL, ele declarou estar tranquilo e lembrou que seu nome já é oficialmente divulgado na resolução que aprovou a vacina da Pfizer para crianças.

“Meu nome sai na resolução que aprova (o uso da vacina da Pfizer em crianças), já está publico isso, é de fácil acesso. Me sinto muito tranquilo, porque quando aceitei o desafio de ser gerente geral de Medicamentos sabia que esse tipo de decisão era parte do meu trabalho. Como tenho respaldo da equipe técnica, a segurança de que fizemos um trabalho que foi amplamente discutido, me sinto muito tranquilo sobre essa situação”, afirmou.

Durante a reunião de aprovação do imunizante nesta quinta-feira (16), Mendes explicou que, com base na totalidade das evidências científicas disponíveis, a vacina Pfizer-BioNTech, quando administrada no esquema de duas doses em crianças de 5 a 11 anos de idade, pode ser eficaz na prevenção de doenças graves, potencialmente fatais ou condições que podem ser causadas pelo novo coronavírus.

Na ocasião, Mendes lembrou que as análises contaram com a participação de diversos especialistas tanto da Anvisa como de outras entidades. “Verificamos segurança e tolerabilidade, em uma primeira fase. Nela foram aplicadas doses diferentes. Com base no resultado, chegamos à conclusão de que deveriam ser aplicadas 10 microgramas, quantidade inferior à aplicada em adultos”, explicou.


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