O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) será o coordenador da equipe de transição do futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O anúncio foi feito nesta terça-feira (1º) pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, durante coletiva de imprensa em São Paulo.
A própria deputada federal e Aloizio Mercadante também integrarão o grupo, cujos membros serão escolhidos por áreas de atuação e incluirão representantes do amplo arco de alianças criado em torno da campanha de Lula. A equipe ficará sediada no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) a partir desta quinta-feira (3).
Gleisi confirmou que conversou ontem (31) com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e combinou de começar a indicar os nomes a partir desta terça-feira. Ao todo, cerca de 50 pessoas deverão integrar a equipe de transição e trabalhar para conhecer e entender a situação das principais áreas do governo federal. O modelo de criação de uma equipe de transição formal foi criado em novembro de 2002, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, após a primeira eleição de Lula à presidência da República.
“Quem vai coordenar vai ser o Geraldo Alckmin, já vou avisar ao ministro Ciro, eu tinha conversado com ele ontem e disse que, hoje, nós iríamos fazer a indicação, e estamos começando a relacionar as demais pessoas que vão estar na coordenação. Eu e Aloizio Mercadante integraremos também para ajudar o governador, mas tem outras pessoas e vamos também designar pessoas por área. Vamos conversar com pessoas e queremos começar isso já na próxima quinta-feira. A nossa proposta é ir para Brasília já, ter uma reunião presencial com quem for a parte do governo que vai fazer essa transição para que a gente já possa colocar em operação a equipe de transição. E nós vamos ter a participação, quero deixar claro isso, nessa comissão, de todos os partidos que estiveram conosco nessa caminhada”, afirmou a presidente do PT.
Segundo ela, a “prioridade zero” da equipe de transição é a questão orçamentária. O objetivo é entender como estão as contas do governo federal. O ex-governador do Piauí, Wellington Dias, também já foi escalado para participar deste trabalho na área econômica. Para tentar evitar especulações, a presidente do PT enfatizou que participar da equipe de transição não significa uma futura nomeação ministerial. Gleisi disse que a montagem do ministério não será anunciada neste momento. “Tem que deixar isso claro, porque senão as pessoas já ficam especulando. Não há decisão sobre ministério, o presidente Lula não abriu essa discussão”, afirmou.
Durante a conversa com a imprensa, Gleisi confirmou que Lula viajará para o Egito para participar da 27ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 27), a ser realizada entre 7 e 18 de novembro no balneário de Sharm el-Sheik, na Península do Sinai.
. Há grande expectativa no encontro deste ano em função do relatório divulgado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), em fevereiro deste ano. O documento destaca, com mais dados em relação ao relatório anterior, os efeitos das mudanças climáticas no planeta.
Lula foi convidado para participar da COP 27 pelo Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal, formado pelos nove estados amazônicos: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. O próprio presidente do Egito também havia sinalizado um convite. Com a eleição do petista, há grande expectativa da comunidade internacional sobre a mudança de postura do Brasil no tema ambiental. Recém eleito, Lula deverá ser tratado como chefe de Estado no evento, o que incluirá participar de reuniões e debates.
