Política
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8 de dezembro de 2023
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18:18

Parlamentares ameaçadas recebem pouco apoio de colegas nas redes, aponta pesquisa

Por
Sul 21
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Daiana Santos (PCdoB) é a primeira deputada assumidamente lésbica a ser eleita pelo Rio Grande do Sul. Foto: Luiza Castro/Sul21
Daiana Santos (PCdoB) é a primeira deputada assumidamente lésbica a ser eleita pelo Rio Grande do Sul. Foto: Luiza Castro/Sul21

Uma pesquisa realizada pelo Instituto E Se Fosse Você? que analisou postagens de parlamentares que tornaram públicas ameaças de morte constatou que são poucos os perfis políticos que demonstram apoio a suas colegas. Foram consideradas menções de políticos no Twitter (X), Instagram e Facebook a oito parlamentares durante uma semana no mês de agosto. Dos 350 políticos que tiveram seus perfis analisados, apenas 52 mencionaram publicamente apoio às parlamentares através de alguma postagem, um total de 14,86%.

As parlamentares ameaçadas foram Daiana Santos (PCdoB), deputada federal pelo RS, Rosa Amorim (PT), deputada estadual por Pernambuco, Lohanna França (PV) e Bella Gonçalves (PSOL), deputadas estaduais por Minas Gerais, Mônica Benício (PSOL), vereadora do RJ, Iza Lourença (PSOL) e Cida Falabella (PSOL), vereadoras de Belo Horizonte, e Talita de Lima Barbosa (PSB), vereadora de Taubaté. Os políticos que tiveram seus perfis analisados são colegas das parlamentares nas câmaras e assembleias legislativas onde atuam.

Na bancada feminina na Câmara de Deputados, os resultados de apoio são ainda menores que o geral. Dentre as 91 deputadas federais que estavam em exercício durante a onda de ataques, 11 parlamentares fizeram postagens com menção às ameaças, representando um total de 12,22%. Já entre os perfis do poder executivo federal analisados, presidente Lula e a primeira dama, Janja, não se manifestaram. Dos quatro ministros analisados, três citaram em alguma postagem do período analisado as ameaças sofridas pelas parlamentares.

Para a presidente do Instituto E Se Fosse Você?, Manuela d’Ávila, a importância das manifestações de apoio está diretamente ligada à pauta entrar ou não na agenda pública. “Se partimos do pressuposto que a agenda de temas considerados problemas públicos é central para a agenda da comunicação, podemos perceber que a violência política de gênero não é uma questão para deputados, deputadas e para o poder executivo. Isso impõe uma solução para as parlamentares vítimas e, além disso, é a autorização para que as ameaças sigam, como temos visto cotidianamente”, diz.


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